Cinco anos após o lançamento do disco duplo e bem sucedido Stadium Arcadium, e da saída do guitarrista John Frusciante em 2009, os californianos do Red Hot Chili Peppers retornam com seu décimo álbum de estúdio, ‘I’m With You’.
Confesso que eu tinha muita curiosidade para saber como a banda se comportaria com o novo guitarrista, Josh Klinghoffer, ocupando o espaço deixado por Frusciante, e segundo o que Anthony Kiedis disse em entrevistas recentes, a banda passou por um novo processo de criação, sem o guitarrista, apoiados nos novos conhecimentos de teoria musical do baixista Flea.
E então veio o lançamento do trabalho que contou com um live stream e listening parties por todo mundo. Abrindo com ‘Monarchy of Roses’ com guitarra e bateria produzindo um ar sombrio, até o baixo de Flea aparecer e transformar a canção no groove tão característico da banda. A partir daí se percebe que são as melodias do baixo sempre impecável de Flea que vão guiar as canções do disco, formando com a bateria de Chad Smith, uma cozinha que é responsável por manter o DNA intacto e um dos motivos do sucesso da banda. Canções como a dançante ‘Look Around’ reforçam isso.
Embora eles tenham dito que a temática “Vida e Morte” seria o tema principal do disco, e isso se percebe no clima mais sério e em canções como a bela ‘Brendan’s Death Song, que abre com o violão e um vocal doce de Kiedis, até explodir no refrão forte: “I said a-yeahhhhh, yeahhhh”. Ainda há espaço para o “california and sex”, em faixas como ‘Happiness Loves Company’ ou ‘Factory of Faith’.
O disco também apresenta canções ecléticas, que sempre fizeram parte do trabalho da banda, como a caribenha ‘Did I Let You Know’, com direito a solo de trompete, ou uma das melhores baladas, ‘Police Station‘, com um piano tocado por Flea que me pareceu influência do trabalho dele com o Thom Yorke no ‘Atoms for Peace‘ (Aliás, o piano aparece em outras canções como ‘Even You Brutus?’ em que Kiedis aproveita para desfilar seu rap-style).
Fica evidente que Josh Klinghoffer tem um estilo parecido com Frusciante, sem ser uma cópia, ele mantém sua identidade e não “tenta aparecer”, já que sua guitarra permite ao baixo e aos vocais assumirem a frente das músicas, não se destacando nenhum riff ou solo marcante, como nos melhores dias do “Blood Sugar Sex-Magic” ou “Californication”. Ao encerrar com ‘Dance Dance Dance‘, percebe-se que a banda amadureceu, embora continue soando jovem, mantendo seu charme e agradando aos fãs. O grupo mais uma vez em conjunto com o produtor Rick Rubin fez um belo trabalho, revisitando o que já foi feito e ainda apresentando novas idéias. O single e sucesso ‘The Adventures of Rain Dance Maggie‘ já toca nas rádios, e outros hits virão enquanto esperamos o próximo álbum.
Melhores Faixas:
Police Station
The Adventures of Rain Dance Maggie
Brendan’s Death Song
Look Around
Nota: 8.0/10.0
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