Spoon - Hot Thoughts
-
8.5/10
Summary
Lançamento: 17 de março, 2017
Gênero: Art rock / eletrônico
Duração: 41:49
Gravadora: Matador Records
Produtor: Dave Fridmann, Spoon
Hot Thoughts marca o retorno do Spoon à gravadora de origem, Matador Records, que havia lançado o álbum de estreia, em 1996. O novo Spoon vem desafiador e com sensação de movimento em relação à repetição promovida nos últimos dois discos – mesmo com algumas faixas interessantes, ou tem como falar mal de “Do You”? – Porém, qualquer chance de moldar e experimentar foi relegada para segundo plano, com o intuito de voltar ao simples.
A última grande marca discográfica havia acontecido em Ga Ga Ga Ga Ga, de 2007, que junto com Gimme Fiction (2005), foi o ápice do Spoon, em termos de luxuosidade e acessibilidade pop.
Já a capacidade de escrever grandes canções, de maneira simples… orgânica, roqueira e energética aconteceu no Kill the Moonlight (2002) e Girl Can Tell (2001). Foi o espírito destes dois discos que os rapazes de Austin tentaram resgatar em Transference (2010) e depois ainda mais forte em They Want My Soul (2014).
Em 2014, a banda teve a saída do multi-instrumentista Eric Harvey, colaborador mais duradouro do Spoon se desconsiderarmos os dois membros fundadores, Britt Daniel e Jim Eno. Talvez isso possa ter chacoalhado, em algum nível, a dinâmica que se mantinha há 5 discos e 10 anos. O fato é que, o Spoon apresenta-se em Hot Thoughts quebrando o quadril, com suingue, e sem conservadorismo no uso de sintetizadores, interlúdios instrumentais com beats eletrônicos, balada ao piano, maracas e sax. É aquele Spoon mais próximo do art rock e mais distante do garage rock, em um registro único que vem acrescentar à discografia, ao invés de repetir. Quando o bom e velho rock’n’roll retorna para abafar as cordas e dançar na voz de Daniel, vem dono de uma confiança e imediatismo que o Spoon sofreu consideravelmente para alcançar nesta década.
Hot Thoughts segue impecável e energético até a faixa 4 e depois retoma essa vibração na 9, “Shotgun“. A outra metade do disco é onde as experimentações acontecem com mais força, destaque para o fechamento esfumaçado de “Us”. O Spoon deu este passo, põe-se em movimento novamente e segue ainda mais interessante.
You might also like
More from Reviews
Dingo Bells encara a mudança e o pop em seu novo disco “Todo Mundo Vai Mudar”
A banda Dingo Bells lança hoje, 11 de abril, o álbum Todo Mundo Vai Mudar que traz dez faixas compostas …
[Review] Gal Costa – Estratosférica Ao Vivo
Recém completados 72 anos, Gal Costa não deixa transparecer em momento algum esta idade. Depois do ótimo Recanto, disco bastante …
Orc, Oh Sees e seus 20 anos
O prolífico John Dwyer certa vez definiu os seus projetos como resultados de uma forte relação de comprometimento com as …