O indie inglês da década passada foi algo tão bobo, tão desprovido de conteúdo, cena ou significado que é difícil para uma banda associada a esta geração, ainda conseguir se destacar em 2015, exceto aquelas três ou quatro que se colocaram em um mercado maior como Arctic Monkeys e Kasabian.
O resto de grupos e cenas que tiveram certa aclamação dentro da euforia da época, ou já morreu (Razorlight morreu?), ou patina para ter um disco ouvido. Até quem foi maiorzinho como, Kaiser Chiefs e Bloc Party, tem sofrido para conseguir atenção no contexto atual.
Nesta turma dos menores, Mystery Jets conseguiu superar expectativas, ao incoporar elementos do folk americano em seu último álbum Radlands, de 2012. The Maccabees também vem crescendo, tanto de importância, como musicalmente, ao longo dos discos. Tem o Foals que nunca foi grandão, mas sempre manteve um certo status, com coeficiente artístico satisfatório. Tem a NME que no seu justo combate perdido de retroalimentar os jovens músicos do rock de seu mercado, e que, parece desesperada ao escrever em uma capa sua deste ano sobre o The Cribs: “the triumphant return’s of punks great survivor”. Tudo bem exagerar, e fazer o hype acontecer, mas é necessário ter um material mínimo nas mãos, senão fica ridículo. The Cribs é exatamente a definição de banda mais ou menos, que teve um momento com Johnny Marr.
O indie rock inglês não vive seus melhores dias. As bandas que surgiram nos últimos 5 anos, ainda não deixaram aquela marca. Alguns podem ter futuro, existem opções com atitude mais interessante e menos plastificada, mas ainda não surgiu nada que mereça aclamação.
E dentro deste bolo todo, 2015 foi um ano fraco no geral. Eu sou capaz de dizer que tirando os três melhores discos deste ano (não posso revelar quais são pra não estragar a surpresa), todos os outros sofreriam severamente para fazer um lugar no top 10 de 2013 ou 2012. E, para o indie rock inglês então foi terrível, ou continua sendo terrível, o único candidato plausível que encaixa no gênero, na geografia e no tempo é o Wolf Alice. Com muita boa vontade, dá pra colocar o Slaves ou a Florence numa lista de cinquenta.
Vamos relembrar como foi nos anos anteriores, dentro do 505 Indie.
Bandas de indie rock inglesas pós 00s na lista dos 10 melhores
2014: 1 – Alt-J na DÉCIMA posição.
2013: 0 – (melhor foi Daughter na décima-terceira posição. Antes que perguntem, AM ficou entre os 20 ou 25 melhores)
2012: 0 – (melhor foi Mystery Jets na décima-segunda posição)
2011: 2 – The Horrors e The Vaccines. (O ano 1 é sempre um divisor de águas em uma década musical, e as bandas aqui apresentadas não conseguiram depois ser melhores do que foram em 2011, tendo o WU LYF entrado na lista 10-20, e que olhando hoje, talvez tenha sido a melhor proposta artística do ano. Mas já faleceu também.
Se analisarmos bem, a única banda que se encaixa no tipo de som no qual eu me refiro, dentro desta ampla e genérica label de “indie rock”, é o The Vaccines. Mystery Jets classicamente também, mas não no álbum de 2012. As outras entram tangencialmente, com The Horrors estando mais perto e Daughter bem longe.
E agora o Mystery Jets me vem com esse single… post-post-britpop, depois do Keane. Poxa vida, poxa vida.
E eu aposto que o próximo Palma Violets não será uma bosta. Pela simples razão que não vai nem feder e nem cheirar.
E a NME lembra o craque Neto ao escalar duzentos jogadores que deveriam estar na seleção brasileira.
BEST LIVE BAND IN BRITAIN. TODO MÊS TEM UM DIFERENTE. Aqui no caso entre Kasabian e Foals.
É isso, chega de bater em defunto. Entre bandas inglesas de outros gêneros e tempos, temos que considerar Jamie xx como presença obrigatória no top 10 deste ano. New Order e Blur fizeram um trabalho também elegível. E, salvo algum esquecimento, ficamos por aqui.
E a volta do The Libertines, meu Deus. The Fratellis, chega.
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