Quando eu tinha 15 anos e passava por aquele momento “i-don’t-give-a-fuck” da adolescência, conheci o 3OH!3: Um duo do Colorado que não tinha papas na língua e falava sobre TUDO em suas músicas, que eram escritas na base do duplo sentido e com uma malícia quase inocente. Em 2008, Nathaniel Motte e Sean Foreman lançaram seu primeiro álbum (em uma grande gravadora), WANT, que emplacou dois hits: “Starstrukk”, com a participação de Katy Perry e “Don’t Trust Me”, que continha o irreverente verso “do the Helen Keller and talk with your hips”. Pra quem não sabe, Helen Keller foi a primeira pessoa surda e muda a conseguir um bacharelado. Pois é. De lá pra cá a banda lançou mais dois álbuns, Streets Of Gold (que teve um major hit com a participação da Kesha, “My First Kiss”) e OMENS, que foi bem… Ok.
O duo alcançou o top 5 da parada Dance da Billboard com seus três últimos álbuns. Streets Of Gold chegou ao primeiro lugar e ficou em sétimo lugar nas paradas americanas. WANT vendeu mais de 500 mil cópias nos Estados Unidos e suas músicas foram baixadas mais de um milhão de vezes, já Streets Of Gold vendeu 41 mil cópias em sua semana de lançamento, totalizando mais de 100 mil cópias vendidas ao todo.
Na sexta-feira, o 3OH!3 fez o seu retorno com o álbum Night Sports, que é uma verdadeira busca pela essência que uniu o duo: a vontade de fazer música para diversão. Parece raso, mas às vezes tudo que a gente precisa é lavar a alma colocando aquela música no volume máximo e dançando sem se importar. E é isso que sintetiza a banda, músicas feitas para quando tudo o que você precisa é dar uma relaxada e curtir um pouco. Afinal, não dá pra dançar na balada ao som de Radiohead (até dá, se você for o Thom Yorke). Após ouvir o disco novo do 3OH!3, conversei com Sean Foreman sobre processo criativo, expectativas, inspirações e o Brasil. A vibe de Sean é tão relaxada que após alguns minutos de conversa deu pra perceber que o que o duo transmite em suas músicas é um reflexo de uma vida divertida e desbocada, mas regada à muito trabalho e dedicação.
505 Indie: Há três anos atrás vocês lançaram seu último álbum, OMENS. O que vocês tem feito desde então?
3OH!3: Bom, muitas coisas interessantes aconteceram. Nós fomos pra Lua, ganhamos a NFL… Na real, nada disso é verdade (risos). Nós lançamos o OMENS e passamos muito tempo nos aventurando no mundo de escrever músicas para outros artistas, não só para nós. Desde então Nat (Nathaniel Motte) escreveu uma música de sucesso para o Maroon 5 chamada “Love Somebody”, uma para Ariana Grande chamada “Tattooed Heart” e nós meio que nos infiltramos nesse mundo, que é muito interessante, porque nós podemos escrever vários tipos de música e trabalhar com várias pessoas. E há um ano e meio atrás nós começamos a trabalhar nesse álbum então é engraçado como três anos passam rápido quando você está trabalhando e escrevendo muita música. Eu me sinto tão feliz lançando músicas porque muito tempo se passou para nós e para os fãs que ficaram esperando para ouvirem coisas novas. Eu espero que esse álbum se iguale às expectativas das pessoas porque nós estamos muito animados em lançá-lo.
Qual é a história por trás do novo álbum, Night Sports?
A história é sobre dois caras que se conheceram na faculdade e que só queriam fazer música que mostrasse que eles queriam curtir e que não ligavam pra nada (risos). Para nós, é só sobre dois caras… Nós nos conhecemos há tanto tempo e com esse álbum nós queríamos voltar para os dias de como nós fazíamos música antes, que era basicamente nos divertindo e não pensando em nosso desempenho nas rádios, e no que empresários, profissionais do meio, ou outras pessoas estavam esperando. O álbum é basicamente o que nós, nossos fãs e nossos amigos acham que é divertido, e foi isso que buscamos. Não nos importamos se [o álbum] está tocando bem nas rádios, nós só queríamos fazer algo que NÓS achamos que é bem legal e eu penso que nós fizemos isso, e essa é a história por trás desse disco. Se afastar de tentar buscar algo que as pessoas já ouviram antes e fazer o que nós fazemos de melhor, que é criar algo que é meio estranho, esquisito e divertido.
Eu gosto do fato da música de vocês ser sobre diversão e aproveitar a vida. Como funciona o processo criativo? Vocês vão pra um monte de festas ou…?
(risos) Nós já tivemos nossa parte de festas, mas nós também gostamos de trabalhar duro e escrevemos umas 46 músicas no processo de criação desse álbum e depois afunilamos para onze. Nós tínhamos muito material pra escolher e gostamos de escrever música, é uma coisa natural para nós. Então, há algumas músicas que podem parecer um pouco mais sérias, mas nós nos divertimos muito no estúdio, e tentamos trazer muita energia porque sem curtição não é uma música do 3OH!3. Às vezes nós escrevemos um pouco à tarde, mas saímos para tomar alguns drinques e depois voltamos e tentamos transmitir a essência da festa, sabe. Tem uma música no álbum chamada “My Dick” que foi criada em um táxi com um monte de amigos nossos, a gente estava fazendo festa e nem sabíamos o que pensar, a música simplesmente surgiu e nós ficamos: “Isso é hilário, nós temos que lançar”. A gente nunca sabe o que vai acontecer e só tenta captar os momentos divertidos.
Você disse que escreveram 46 músicas. Pretendem lançar as excedentes algum dia?
Claro, tem uma ou duas que não precisam sair, porque elas não são tão boas. Eu gosto de todas as músicas, mas fico feliz que chegamos nessas onze, porque elas contam a história que nós queríamos contar, e o resto são faixas bônus. Eu acredito que nós temos algumas especiais e espero que a gente ache um jeito bem legal de lançá-las ainda, porque os fãs adoram. Nós teremos cinco videoclipes para esse álbum, que é o maior número que já fizemos por disco, porque queremos que os fãs aproveitem nossa música de vários jeitos diferentes e estamos trabalhando duro para trazer esse conteúdo de um modo interessante.
Qual é a sua música favorita do álbum e por que?
Todo mundo pergunta isso e é tão difícil, porque tenho tantas favoritas… Eu não sei, vou escolher uma só pra hoje porque muda toda hora, mas eu realmente gosto de “BASMF”, principalmente porque eu acho que mostra de onde nós viemos, como nos conhecemos, como é a nossa atitude. Ela captura a diversão e energia que gostamos de ter e acho que foi a primeira música que nós escrevemos para esse novo álbum, ela mostrou a direção que seguiríamos com o disco. Eu acho que ela é um bom exemplo, por isso gosto, mas tenho certeza que se você me fizesse essa pergunta amanhã eu escolheria outra.
Eu gosto muito de “Hear Me Now”, é uma das minhas favoritas desse disco.
Ah, muito obrigado. Essa música é muito legal, nós a escrevemos em um cabana nas montanhas com um monte de amigos e nós estávamos festejando e fizemos aquele beat drop com o ukelele que é super divertido.
Você já esteve no Brasil antes. O que você mais gosta em nosso país?
Mais do que qualquer coisa, os fãs. Os fãs são incríveis, os melhores que qualquer um poderia ter. Se a gente posta alguma coisa nas redes sociais, as primeiras pessoas a interagir são os fãs brasileiros. Eu simplesmente amo o Brasil. O Rio é um lugar incrível e eu tive momentos maravilhosos em São Paulo. E obviamente todas as mulheres lindas (risos).
O que você está escutando? Quem são seus artistas favoritos ou influências?
Hmm… Eu estou tentando pensar em algo atual. Eu sempre amei rap e um dos meus rappers favoritos, J. Cole, lançou um álbum recentemente (Forest Hills Drive). Eu também gosto muito de pop rock e tem uma banda que eu acho muito legal, o Turnover. Run The Jewels é uma das minhas favoritas.
Vamos brincar de “fuck, marry, kill”. Eu vou falar três pessoas e você escolhe com quem prefere casar, transar ou matar.
Sim, vamos fazer isso!
Beyoncé, Rihanna e Nicki Minaj.
Caramba, essa é difícil… Eu vou casar com a Rihanna, f**** a Beyoncé e, nossa é difícil, mas é só porque eu amo Rihanna e Beyoncé então… Sem ofensas, Nicki Minaj.
Scarlett Johanson, Daisy Ridler e Lupita Nyong’o.
Eu vou casar com a Daisy Ridler porque eu amei ela em Star Wars, ela foi muito boa. Vou dormir com a Scarlett Johanson e eu não sei quem é a última, me desculpe!
Katy Perry, Britney Spears e Kim Kardashian.
Ai, cara… Eu não sei essa. Provavelmente eu me casaria com a Britney porque “Toxic” é uma das minhas músicas favoritas de todos os tempos, dormiria com a Katy e a gente pode se livrar da Kardashian. (risos)
Night Sports chega ao Brasil nesta sexta-feira (20/05) pela Warner Music, mas o álbum já está disponível para stream:
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