Sempre tem algo acontecendo na costa oeste dos EUA. E sempre tem alguém sofrendo por amor. Como já disse C-3PO, “parece que fomos construídos para sofrer. É o nosso destino.” É neste nicho tão tão comum e particular da música, que o Bleached, um duo de garotas da California, lançou o disco de estreia, Ride Your Heart, em abril deste ano, via Dead Oceans. Apoiado em canções fugazes, remetendo ao punk rock, garage e surf music em letras sobre amor e juventude, com uma linha melódica bastante singular, é das melhores novidades de 2013 na opinião deste site, sendo assim, não tem como não medir esforços para correr atrás e entrevistar. E estas garotas, irmãs, Jennifer e Jessie, surfam na crista do hype internacionalmente. O reflexo disso é uma turnê com agenda cheia pela Europa agora no mês de maio. Enfim a entrevista aconteceu e eis o resultado:
Pra começar, obrigado pelo tempo concedido, é a primeira vez que vocês são entrevistadas por uma publicação brasileira?
Jessie – Acho que sim!
E falando sobre Brasil… O trabalho anterior de vocês, antes do Bleached, a banda Mika Miko lançou um álbum chamado “We Be Xuxa”, tem algo relacionado com aquela terrível apresentadora de TV brasileira?
Jessie – Sim tem tudo a ver com ela e também nós vamos pra caramba num restaurante We Be Sushi…
Jennifer – Nós meio que ficamos obcecadas pela Xuxa momentaneamente.
E falando nisso, vocês começaram na música bem novas. Como foi?
Jessie – Jen e eu crescemos fora da cidade juntas, onde nós estávamos bem isoladas ao ponto de nos entretermos tocando nossas músicas… Eu tive meu primeiro baixo no primeiro ano do colegial e a Jen começou a tocar em um violão que o nosso pai fez, e começaríamos fazendo cover de The Slits na garagem de casa.
E como é trabalhar exclusivamente entre irmãs? Como funciona a dinâmica? Vocês falam sobre a banda o tempo inteiro? Como separar as coisas, ser família e ser banda?
Jessie – Eu conheço muito bem minha irmã e nós gostamos do mesmo tipo de música, então todo o processo criativo é bem divertido, e na verdade parece bem natural muitas vezes… nós temos nossos momentos irmãs e discordamos, mas é raro e quando acontece damos um jeito e desde que estamos viajando em turnê pra caramba é legal ter a família na banda, não sentimos tanta falta de casa!
Falando sobre Ride Your Heart. As músicas são imediatas, mas não imediatistas, é uma mistura de coisas boas do pop, punk, garage e até surf music com um toque acolhedor do fim de tarde em LA. Como vocês enxergam isso?
Jessie – Eu me sinto muito bem com todos estes gêneros… pop, punk, garage ,surf etc… é o que eu escuto e o que me inspira tocar!
Jennifer – Sim, eu concordo. Eu acho que reflete todas as músicas que amamos.
Triunfo do disco: músicas com guitarras rápidas e excitação intercalado com outras guiadas por harmonias vocais bonitas e um sentimento acolhedor, como vocês montaram o repertório do disco? Vocês fizeram várias músicas e selecionaram depois ou trabalharam a música até se encaixar no propósito esperado?
Jessie – Meio que ambos… foram várias músicas que compomos e algumas que perdemos muito tempo na pré-produção até chegar no resultado final esperado… muitas das músicas ganharam vida enquanto gravávamos os over dubs e os vocais da Jen.
Jennifer – Sim, trabalhávamos uma canção até achar que estava totalmente completa. Eu não gosto de escrever muitas músicas rapidamente. Eu gosto de passar tempo em uma canção até ficar perfeita. E claro, algumas saem mais rápidas que outras.
As letras são simples, direto ao assunto, existe paixão até mesmo na desolação, mas de forma inteligente, com algum sarcasmo. Apenas Jen escreve? Vocês discutem uma letra? Como vocês consideram a importância da letra no trabalho?
Jessie – A Jen escreve!
Jennifer – Sim a letra é muito importante para mim. Eu não consigo ouvir bandas que não tenham boas letras. Eu acho que desde criança sou obcecada com as letras das músicas que tocavam no rádio. Eu gosto quando acontece de ficar na sua cabeça o dia inteiro e de forma que você possa relacionar com alguma coisa. Com o Bleached eu sinto que eu posso cantar sobre qualquer coisa e quando escrevo muitas dessas músicas foram problemas que passei com caras, que muitas garotas se identificam. Eu costumava ficar envergonhada sobre essas coisas, mas quanto mais eu falo com amigas e a minha irmã, mais eu sinto que todas passam pelas mesmas coisas.
As músicas do Bleached são feitas para os palcos. Vocês pensam nisso? Digo, “melhor ir desta forma, porque vai ficar legal ao vivo”.
Jessie – Não pensamos nisso e eu digo isso com confiança e te falo que o meu case de pedal se expandiu mais da metade desde que gravamos o disco, existem algumas músicas limitadas em performances ao vivo, porque nós não pensamos como tocaríamos isso ou porque não soariam legal sem a parte do órgão… pequenas coisas como isso.
E qual a expectativa da turnê fora dos EUA?
Jessie – Eu não vejo a hora de ver as pessoas a fim dos nossos shows e dançar o tempo todo! Quando o pública entra no show, nós também entramos!
E eu entendo que o entusiasmo usual das plateias sul-americanas encaixa legal com as músicas de vocês ao vivo. O que vocês pensam sobre Ride Your Heart no Brasil o quanto antes?
Jessie – Eu acho que seria demais!
<3 eu também.
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