No último sábado (17) rolou a 5ª edição do Meca Festival tradicionalmente hospedado na fazenda Pontal em Maquiné, no Rio Grande do Sul e lá estava o 505indie pra passar um pouquinho do que rolou neste festival que se proclama como o “o maior menor festival do mundo”.
A principal mudança em 2015 aconteceu no sentido da organização do festival não permitir acampamento na fazenda tal como tinha acontecido em outras edições, tornando o festival mais enxuto, porém em formato mais próximo aos outros festivais brasileiros.
Os ônibus de acesso deixavam o público bem próximo à entrada do festival, e já dentro da fazenda, o acesso novamente funcionou e as filas em momento de pico ficaram no limite do tolerável, segundo relatos. No momento em que chegamos, por volta das 16h15, tudo ainda girava bem tranquilo.
O barulho começou por volta das 17h30 com o som do garoto Erick Endres. O gaúcho de 17 anos se apresentou com muita atitude e fez um show enérgico recheado de distorções, solos de guitarra e firulas que iam desde deitar no chão até tocar com a guitarra nas costas arrancando merecidos aplausos e assovios do ainda pequeno público que chegava no evento. Na edição de 2013, já tínhamos notado a qualidade do garoto, então com 15 anos, hoje com uma nova formação e o foco nele aumentamos ainda mais a fé nesse garoto, potencial Ty Segall brasileiro surgindo das categorias de base do rock gaúcho.
Diferente de Mahmundi que veio em seguida e fez um show mais próximo do apático, sem grandes interações com o público, a cadência fez com que o a apresentação não fosse tão atraente, dispersando parte da plateia.
E se por um lado o show da Mahmundi não foi lá essas coisas, a Wannabe Jalva que veio na sequencia injetou ânimo na galera desde o início do show. E eles tiveram que lutar contra a chuva que assim como aconteceu no ano passado ela veio inclementemente, mas dessa vez sem a opção de se refugiar nas barracas para o pessoal que acampava, então quem não queria se molhar precisou recorrer aos clubinhos, que eram pequenas cabanas com DJ’s que discotecaram durante todo o festival.
Os clubinhos eram boas saídas pra quem não tava muito interessado em quem estava no palco, mas não nesse momento, porque a banda no palco era boa, mais do que boas músicas, ele possuem uma boa performance. Quem aguentou a chuva com certeza não se decepcionou com o que viu, com braços pro alto o público prestigiou hits como “Something New” e “Superstar” com qualidade surpreeendente. Um belíssimo show
Nessa altura já era noite, a chuva já tinha parado e quem iria pro palco dessa vez seria a banda que inesperadamente foi chamada de última hora pra suprir a ausencia da Years & Years que lamentavelmente cancelou sua vinda ao Brasil por conta de problemas na finalização do último álbum.
Muita gente lamentou até saber se haveria um substítuto e quem seria, mas com a notícia da presença dos goianos foi rapidamente superada. A banda do centro do país caiu como uma luva nesse line-up. Eles que no ano passado figuraram entre algumas listas de melhores shows do ano não decepcionaram mais uma vez. Mostraram-se muito descontraídos e dominando completamente o palco, permitindo que o clima psicodélico das guitarras cheias de reverb fluíssem em um clima e ambiente ideal para tanto. A participação dos brasileiros no festival foi encerrada aqui em alto nível.
Com pouco intervalo entre os artistas e as transições funcionando muito bem, agora era o momento pra comer alguma coisa, buscar algo pra beber, ir ao banheiro e voltar pra frente do palco, as 3 principais atrações do festival viriam na sequência.
Abrindo a parte estrangeira e já alinhado às últimas horas de festival, a banda Citizens! foi recebida calorosamente e não desapontaram o público com suas mais conhecidas músicas do primeiro disco, lançado em 2012, tal como: “Reptile” e “True” Romance”. As músicas que estarão presentes no próximo álbum também fizeram parte do repertório e por isso algumas das músicas não eram tão conhecidas pelo público que mesmo assim não desanimou. Algumas boas novidades virão por aí.
Tom Burke agradeceu o carinho dos fãs e no final do show foi pro meio da galera, tirou foto e conversou com o pessoal que tava mais próximo da grade. Foi um bom show até pra quem não esperava muito.
Foi a vez do duo AlunaGeorge, por volta de meia-noite, mostrar um show em ritmo de festa. Com músicas agitadas e dançantes deixaram todos com os pés latejantes de tanto pular. Do começo ao fim do show Aluna escutava gritos de “Aluna we love you!” e ela retribuia com muita simpátia e carisma, a cantora correu e dançou sobre o palco durante todo o tempo, deu tchauzinho e até arriscou um pequeno contato em português. A música “White Noise” que o duo fez em parceria com o Disclosure foi o ponto alto do show, com todos dançando. E depois de muito agradecer deixou o palco.
E o fechamento do festival ficou por conta da La Roux, que pra muitos era o show mais esperado de todo festival. Com canhões de luzes coloridas, “Sexotheque”, “Kiss and Not Tell” e “In for The Kill” foram algumas das músicas que embalaram a massa que em êxtase acompanhavam os passinhos da Elly Jackson em seu traje social. “Bulletproof” fechou com chave de ouro o show, fechou lá pelas 02h30 da manhã, as mais de 8 horas de festival e mais de 8 horas de boas músicas e bons shows.
Mesmo as bandas menos conhecidas tiveram boa recepção do público que desde o momento em que tomou a frente do palco aplaudiu e se divertiu durante todo o tempo.
E foi assim que nem a chuva, nem a falta das barracas, nem o contratempo da Years & Years fizessem com que o MECA não tivesse êxito mais uma vez. O espaço, bem dividido com uma praça de alimentação montada com mesas e cadeiras embaixo de uma grande figueira favoreceram quem queria sentar um pouco, conversar e comer algo.
Outro ponto bacana foi que as pessoas podiam confeccionar bandeiras com spray coloridos e tecidos. A ideia é inspirada no Glastonbury onde várias bandeiras proporcionam um visual diferente.
Vale lembrar que era open bar e não tinhamos problemas na hora de pegar bebida assim como as filas pra utilizar os banheiros eram mínimas. A pontualidade dos artistas favoreceu e aliviou o atraso e as filas que se formaram no início do festival pra quem comprou pela internet e teve que retirar os ingressos antes de entrar.
Mas com todos esses pontos positivos, mais a expêriencia de ser um festival em um lugar tão diferente dos grandes festivais tornam o MECA muito atraente com todas as opções que consegue oferecer.
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