Mac tão esperado DeMarco desembarcou mais uma vez no Brasil. Dessa vez, com muito mais visibilidade do que da primeira vez, na qual fez shows menores no Beco, em SP e Porto Alegre. Ele e sua trupe delirante trouxeram a turnê do mais recente EP Another One, com show por 7 cidades brasileiras, uma delas Porto Alegre, que o 505 Indie acompanhou de perto.
Irreverente por natureza, desde que desembarcou na cidade, Mac DeMarco estava em casa… chinelos e um Viceroy (famoso cigarro preferido) atrás da orelha. Prova disso, foi a recepção em plena quarta-feira, lotando o bar Opinião, palco ideal para o canadense deitar.
A abertura foi feita pela Mahmed, um dos destaques da Balaclava Records, a banda do RN que tem por essência o som instrumental com finos solos, fez um excelente aquecimento. De forma simples e concisa, a banda se apresentou brevemente, agradecendo e registrando a honra de preparar a cama.
Mac não atrasou, aliás, 10 minutos, o que está dentro do limite de tolerância, ainda mais levando em conta a maioria de shows gringos que atrasam muito além disso. Cabelinho cortado, sem boné, ainda assim, com calças na altura do umbigo, meio mulambo. Ele começou o show apresentando calmamente a banda, enquanto a plateia já tinha os celulares apontados pro palco no aguardo do primeiro acorde (ah, admirável mundo novo). Assim foi, bastou os primeiros instantes pra “Salad Days” ser identificada e assim decola o show de Mac DeMarco que arrancou um “modesto” coro no refrão.
O show se construiu no estilo das músicas lançadas recentemente, algo mais calmo, menos energético do que se esperava dele e até intimista, um lado diferente de um artista reconhecido pela extroversão e estripulias no palco. “Still Together” e “My Kind of Woman” foram naturalmente os pontos mais altos do show, depois do crowdsurfing, algo próximo da vibe esperada quando falamos do artista, aliás este último evento teve uma sequência interessante de acontecimentos.
O FIM
Mac estava jogado no palco bebendo água tranquilamente, deixando que seu guitarrista tomasse conta do show. Pena que não saiu nada além de alguns riffs engraçadinhos e algo ininteligível ao microfone. Vocalizações que pareciam uma música árabe de péssima qualidade, extrapolando o limite da chatice. E isso aconteceu por quase 10 minutos. Incompatível.
Felizmente, DeMarco se recompôs e foi pra galera -a impressão é de que ele fez isso muito mais por consideração com o seu público do que por vontade própria-, recebeu muito tapinha na cabeça e carinho das mãos dos fãs, cartinhas, camisetas e regalinhos. Voltou pro palco depois de perder as meias, cantou o refrão de “Still Together”. FIM.
Ficou nisso. Um pouco desta energia deve se justificar pelo cansaço sofrido por uma turnê de norte a sul e com trechos feito em vans.
No final, Mac ainda recebeu todos que esperaram a saída dele do lado de fora do bar e distribuiu autógrafos e tirou algumas fotos. Saudamos o bom show, mas não pode-se dizer que foi um dos melhores de Mac DeMarco.
A euforia de ver um bom artista não pode se sobrepor a uma apresentação não tão boa.
Caso, eu não tenha te convencido ainda, sobre o modo de economia. Fique com a foto abaixo. Aconteceu no show de Curitiba.
MAC DEMARCO com abertura de Mahmed
Onde: Opinião, RS.
Data: quarta-feira, 25.11.2015.
Duração: apx. 01h15
Nota: ★★★
Legenda da nota.
★★★★★ – Imperdível, show perfeito, viver neste show seria uma vida de sonhos realizados.
★★★★ – Competente, acima da expectativa. Conquistou a plateia e largou todo mundo com um sorriso no rosto ou um choro no olhar.
★★★ – O show padrão, entregou o que se esperava.
★★ – Fraco, ficou devendo. Não pagou o ingresso.
★ – Péssimo, melhor tomar um tiro do que ver este show. Não vá nem na bala.
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