Duas bandas que ficaram bem atrás de seus discos, desta forma é possível resumir brevemente sobre as apresentações de Pink Mountaintops e Washed Out no Brasil, em evento organizado pela Converse.
As escolhas eram boas e complementares, enquanto o Pink Mountaintops prometia uma configuração mais tradicional nos parâmetros do rock, formado por um quarteto e com destaque para a psicodelia, o projeto paralelo de Stephen McBean sempre se destacou mais quando equilibrou isso com boas doses de excitação/crueza. Não foi o que aconteceu no Joia, como o Floga-se bem resumiu, a coisa descambou para um blues e para o… britpop, de uma forma flagrante. Atrás de mim teve até uma turminha que começou a conversar sobre Oasis e Blur no meio do show, pautados pela semelhança sonora, para não introduzidos na banda, realmente parece que é isso que a banda faz e a conversa soou bem propícia em um show de poucos altos, muitos médios e alguns baixos. O artista parecia desinteressado com a apresentação e não se esforçou com quem não estava ali por eles.
Já o Washed Out prometia mais, mas também não rendeu. Um show bastante elogiado na imprensa gringa passou longe de acontecer aqui no Brasil. O setup de instrumentação MIDI do palco é insana, complexa e não me parecia exagero para acompanhar o álbum Paracosm, já que foi um salto sobre como trabalhar em diversas camadas, ambientações e ritmos dentro da discografia do artista, que até então seguia uma linha mais synthpop, em alguns momentos geniais, como o caso da canção “Amor Fati“, do álbum Within Or Without. E, pra mim, ficou claro como não conseguiram acertar o som do Washed Out, o Cine Joia não é reconhecido exatamente pela qualidade sonora da casa, e algo da técnica, da engenharia, ficou devendo e muito. O som vinha em forma de cimento mole, em bloco único de uma vez. E a graças das nuances não puderam ser ouvidas. As reproduções mais fiéis ficaram por conta das composições anteriores ao Paracosm, mas ainda assim atrás. No mundo das mesmas coisas, o Washed Out se destacou pelo talento e foi o expoente número 1 daquilo que uns 2 anos atrás chamavamos de chillwave, o artista se esforçou e foi simpático com a plateia, mas a coisa toda não aconteceu. O momento de maior destaque foi em “All I Know”, onde gritinhos da plateia pedindo a música já rolavam desde o começo do show, mas não foi exatamente uma boa execução, mesmo sendo o maior momento de troca e empolgação. Aliás, de uma forma geral, podemos definir que qualquer coisa que tocou do Paracosm foi nota 3, as músicas do Within Or Without soaram nota 6.
Uma pena, ainda mais se tratando de duas bandas boas.
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