Um dos maiores artistas de sua geração, o poeta e compositor Leonard Cohen morreu aos 82 anos.
O comunicado veio no facebook do artista, ainda sem detalhes adicionais.
Dono de uma voz grave singular, o compositor que transitou entre vários gêneros, tendo o folk como sua principal base. Entre seus principais sucessos estão: “So Long, Marianne”, “Suzanne”, “Lady Midnight”, “Chelsea Hotel No. 2”, “Aint no Cure for Love”, “Famous Blue Raincoat”, “Bird on the Wire”, “Tower of Song”, “I Can’t Forget” “Avalanche”, “First We Take Manhattan”, “Everybody Knows”, “Hallelujah” e tantas outras. Montamos uma lista com 33 faixas inesquecíveis de Cohen, em nosso perfil no Spotify.
Ei, isso não é maneira de dizer adeus.
Recentemente, Leonard deu uma entrevista imperdível para a New Yorker, onde falou sobre o fim de sua vida:
“Eu sei que há um aspecto espiritual na vida de todos, quer se aceite ou não. Está lá, você pode sentir isso nas pessoas – há algum reconhecimento de que existe uma realidade que não se pode penetrar, mas que influencia seu humor e atividade. De modo que está a operar. Esta atividade, em determinados pontos do seu dia, ou da noite, insiste em um certo tipo de resposta. Às vezes é apenas como: ‘Você está perdendo muito peso, Leonard. Você está morrendo, porém você não tem que cooperar com entusiasmo com o processo. Força-te a comer um sanduíche.’
O que eu quero dizer é que você ouve a BAT KOL [voz divina]. Você ouve esta outra realidade profunda cantar para você o tempo todo, e grande parte do tempo você não pode decifrá-la. Mesmo quando eu era saudável, eu era sensível ao processo. Nesta fase do jogo, ouço-a dizer: ‘Leonard, apenas continue a fazer as coisas que você tem que fazer.’ É muito compassiva nesta fase. Mais do que em qualquer momento da minha vida, eu não tenho mais aquela voz que diz: ‘Você está fodendo com tudo.’ Isso é uma tremenda bênção, realmente.”
Também recentemente, o canadense entregou o ótimo álbum You Want it Darker, o décimo-quarto e, possivelmente o mais soturno de sua carreira. Os temas sobre morte já vinham acompanhando a carreira de Cohen com mais recorrência desde que voltou na ativa com os discos, em 2012, lançando Old Ideas, um álbum que quebraria um hiato de 8 anos sem novidades. Particularmente, em faixas como “Show me the Place”, “Going Home” e “Amen”. Entre estes discos, ainda teve Popular Problems, em 2014.
Cohen fez shows até quando pode, parando em 2013, aos 79 anos.
Este blog cobriu o show do compositor, em novembro de 2012, em Seattle. Em 2011, Cohen ganhou o prêmio Príncipe das Astúrias na área de Literatura. Em seu discurso, ele disse e assim eu encerro.
À medida que fui envelhecendo, eu entendi as instruções que vieram com essa voz. E as instruções eram essas… Nunca lamentar casualmente. E se uma é a de expressar a grande derrota inevitável que espera por todos nós, deve ser feito nos limites estritos da dignidade e da beleza.
Descanse em paz. Obrigado.
A melhor música de 2016:
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