Há dois discos que Kurt Vile acerta e acerta bonito, Smoke Ring For My Halo (2011) e Wakin’ On a Pretty Daze (2013) respectivamente, são álbuns pra se recomendar sem restrições, tenha na sua prateleira. Agora, Vile volta com o anúncio de B’lieve I’m Goin Down, que será lançado no dia 25 de setembro, pela Matador Records. A primeira música lançada, “Pretty Pimpin” já nos dá uma boa perspectiva que o guitarrista da Filadélfia vai quente pro hat trick, marcando mais um gol no terceiro disco seguido, e o sexto de sua carreira, que, no passado, já trabalhou também em parceria com Adam Granduciel, inclusive como membro do The War On Drugs (e Granduciel no Kurt Vile and the Violators).
A Kim Gordon escreveu a bio do disco para a Matador (os dois dividem a mesma gravadora), leia na íntegra, o original pode ser lido aqui.
“Tendo sido objeto e uma conspiradora disposta das muitas mentiras intencionais plantadas na história do Sonic Youth ao longo dos anos, eu sei em primeiro lugar, de acordo com que o álbum vira lenda pode entortar a realidade em sua verdade. Depois do infame mito da ‘Trilogia’ originado por Byron Coley na bio de Murray Street*[ir ao final da carta para referência], nós não tivemos nenhuma escolha, mas completar aquelas expectativas com o Sonic Nurse. ‘Por que vocês decidiram fazer uma trilogia?’ era sempre a primeira pergunta feita em entrevistas naquela época.
Mas isso é uma bio do Kurt Vile, e eu não farei isso com ele. De qualquer forma, Kurt faz o seu próprio mito de criação: um garoto/homem com uma voz de alma idosa na era do digital tudo, se tornando outra coisa, no qual este é o porquê deste focado, brilhantemente limpo e aparentemente sincero registro, é uma lufada de ar fresco. Gravado e mixado em vários lugares, incluindo Los Angeles e Joshua Tree, b’lieve i’m goin down, é um aperto de mão em todo o país, de leste a costa oeste, da honestidade, conversa franca de Woody Guthrie, e um canyon morto em Cali, ainda flutuando na noite em uma paisagem quase sem água. O registro é todo o ar, sem peso, sem corpo, mas fundamentado na autenticidade convincente, na melhor versão do cantor-compositor em alto nível. Nas palavras de Kurt, ‘eu queria voltar para o hábito de escrever uma canção triste no meu sofá, com ninguém esperando por mim. Eu realmente queria que soasse como se fosse no meu sofá – não de uma forma lo-fi, apenas mais desprotegidas e vulneráveis.’
Para um disco que toca como uma experiência acústica coesa, sua musicalidade marca a partida de Kurt, de uma experiência com guitarra elétrica para incluir uma ampla gama de instrumentos com um grupo grande de players. Desde o banjo que ele toca em “I’m an Outlaw” para piano e lap steel em “Life Like This”, e a miríade de outros instrumentos em outras canções, incluindo farfisa, violão resonator, arpas, trompas e sintetizadores, nunca se pensa sobre qual deles vocês está exatamente ouvindo, já que todos servem a música. O coração do álbum é “Stand Inside.” A música é calma e a melodia, como um hino, dobra em si mesma, e abraça com força total em uma sexy, flutuante, sem forma que vagarosamente se junta em uma onda que não vai aonde você pensa que irá ou melhor, nos dá a si mesmo e celebra um homem disposto a ser definido por uma mulher e seu amor por ela, como testemunho de vida um do outro… Não fique ao meu lado, stand inside [fique dentro] desiste dos joguinhos/personagens para a verdadeira exposição e vulnerabilidade.
É um esquisito, aceitador, maduro disco, reconhecendo a imaturidade inerente de ser uma pessoa, mesmo se pai, marido, parceiro, adulto, músico, não é perfeito, mas compelido para a sua compreensão… a vida é assim, embora tão triste dizer… Eu amo este disco,
b’lieve i’m going down.
Kim Gordon”
[*Byron Coley, o crítico musical, foi quem escreveu a bio/press release de Murray Street, disco do Sonic Youth, que foi entregue aos veículos de mídia junto com o cd na época. No texto, ele diz que o álbum seria o segundo disco de uma trilogia iniciada em NYC Ghosts & Flowers sobre a história cultural de Lower Manhattan. Pelo o que diz Kim Gordon não era bem esta a intenção, e o que acabou ditando o rumo no disco seguinte.]
TRACK LISTING – b’lieve i’m goin down…
1.Pretty Pimpin
2.I’m an Outlaw
3.Dust Bunnies
4.That’s Life, tho (almost hate to say)
5.Wheelhouse
6.Life Like This
7.All in a Daze Work
8.Lost my Head there
9.Stand Inside
10.Bad Omens
11.Kidding Around
12.Wild Imagination
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