Mal sei como começar esse texto. Cheguei terça de manhã em Austin e desde então tenho ficado bem louco com tudo que tenho visto por aqui no SXSW (South by Southwest). Decidi não falar muito sobre o festival em si nesses primeiros relatos, mas sim sobre as atrações e outros coisas que tenho feito por aqui nesses primeiros dias. No final do festival quero escrever um pouco melhor sobre o que é estar no SXSW presencialmente.
Ainda na terça-feira, fui a um dos jantares oferecidos pelo festival quando você compra os ingressos. Realmente foi uma boa escolha. Conheci o editor-chefe de uma revista alternativa de música da Áustria (SLAM), o vocalista de uma banda do Peru (Wolves as Friends), além de uma advogada e um técnico de estúdio. Essa era a composição da minha mesa durante o jantar. Como não sou muito de fazer mil planos, decidi fazer o que já tinha ouvido ser o certo a se fazer aqui: deixar que o festival te leve. A programação é ridiculamente extensa, então não dá pra ficar pensando demais: VAI, porque com certeza vai valer a pena.
Primeiro fomos ao Bungalow. O palco estava montado no que seria o quintal dos fundos do bar. A banda que procurávamos era Revend Peyton’s Damn Band, um trio de Nashville bem interessante. O som dos caras soa bem country, mesmo que em alguns momentos possa ser bem perceptível nas melodias vocais, uma boa dose de influência de músicas mais modernas como Black Keys e coisas do gênero que tem uma raiz no country music, mas que soam relativamente parecidas com a média do cenário indie atual. Nada de muito antiquado.
Confesso que não fiquei muito impressionado com eles no quesito musical, ainda que a instrumentação da banda seja bem interessante: voz, violão, bateria e washboard. Não tinha baixo e pra ficar ainda mais legal, quem tocava o washboard era uma garota com expressões faciais incríveis, o que ornava muito bem com Reverend Peython – já que é assim que o vocalista se denomina dentro da banda.
Um coisa bem interessante sobre praticamente tudo que tenho visto por aqui (não só em Austin, mas também em Nova Orleans) é que as bandas sabem perfeitamente como se portar em cima do palco. Não vi praticamente nada aqui onde não houvesse um band-leader que não fosse um ótimo showman.
Saindo de lá fomos ao The Parish, um lugar muito bacana, mas dessa vez indoor. A indicação dessa vez foi do Rodolfo (Wolves as Friends). A banda em questão era o Quiet Company, mas pra ter certeza de que assistiríamos, chegamos bem mais cedo e assistimos a duas bandas.
Esse show era apenas com bandas daqui de Austin. Mais uma vez fui surpreendido com uma formação instrumental bem peculiar. Mother Falcon é uma espécie de big band barroca indie. Os caras são bons. Vimos pouco do show deles, mas nunca tinha visto nada parecido na minha vida. Ouçam que vale muito a pena, é no mínimo interessante ver um oboé sendo tocado junto a violoncelos e violino no palco de um festival.
Antes do show do Quiet Company, rolou ainda o show do The Band Heathens, um folk rock muito bem feito e com uma presença de palco bem singela. Dá pra ver clamente a veia texana pulsando no som desses caras. O quinteto soa extremamente harmonioso em cima do palco e tecnicamente muito bem resolvida, ainda que não seja uma banda que deixe o público de queixo caído. Mesmo assim, devo dar um certo destaque para o guitarrista que, apesar de ter cantado apenas algumas músicas, mostrou que não só o vocalista Ed Jurdi tem essa função na banda.
Ao fim, realmente chegamos ao highlight da noite: Quiet Company. Ainda que a essa altura do campeonato eu já não estivesse lá muito sóbrio, tenho certeza de que essa é uma banda que vou passar muitos horas ouvindo quando voltar ao Brasil.
O show desses caras é impressionante. O tempo todo, a banda inteira canta as músicas, mesmo fora do microfone. Vibrante, o som dos caras é muito foda. Anotem e ouçam, porque esses caras ainda vão aparecer em vários festivais grandes daqui pra frente. O diferencial da banda é a presença de um trombonista, mesmo que ele soe muitas vezes como um sintetizador.
Como ainda tenho muita coisa pra ver hoje, vou ficando por aqui. Amanhã posto sobre os shows que vi ontem e se conseguir, os de hoje também. Acreditem se quiser, mas eu vi Jack Black ao vivo ontem.
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