Sabe aquele disco que dá vontade de ouvir no fim de tarde junto com uma gelada? Então Guitarra, Whisky & Blues, o álbum de estreia d’Os Vespas é este disco.
Power trio gaúcho – formado por Grei Silvanno, Marcelo Acosta e Marcio Erdmann – com a pá fincada no blues, aquela levada de estalar os dedos e balançar a cabeça. Mas não para por aí, o disco soa com toda uma crueza DIY, tocado ao vivo, sem remendos, ou muita pós-produção. Os ornamentos são orgânicos, através de alguma instrumentação fora do status quo do grupo, pelo tom psicodélico através de efeitos no pedal, a forma que algum timbre é explorado, pequenos nuances que se tornam grandes acertos, essa é a cereja do bolo neste trabalho de estreia e aquilo que, na minha opinião, distancia Os Vespas de qualquer outra banda bem preparada de blues rock autoral que existe por aí. Até vou mais longe como palpiteiro que sou, um pouco mais de psicodelia neste disco, o tornaria imbatível.
As letras tem boas sacadas como a declaração romântica em “Boneca Inflável”. Ou, por exemplo, em “Bons Estragos”, que já começa com uma frase marcante e rima safada (ou seria ao contrário?): “chega sexta-feira sem um puto na carteira”. O pior é que funciona.
A faixa-título é outro destaque, com uma intro hendrixiana, até os graves e vocal tomarem conta da sala, o que já vale a canção, porém é quase no quarto minuto que o bicho pega, com berros, visceralidade e a banda curtindo na base. Antes de você dizer: “ok muito bom, mas me surpreendam”, é aí que os caras te surpreendem.
“Na Hora do Adeus”, é a escolha certa para terminar um disco, bonita melodia que causa uma sensação de saudade.
O saldo final é bastante positivo.
A banda ainda comentou sobre a experiência deste trabalho, em press release:
“Na nossa concepção como banda, este disco foi muito mais do que um desafio. Cada ponto foi meticulosamente pensado, mas muitas vezes, surpreendidos por idéias e momentos que não estavam no script, e mesmo assim, vieram para ficar. Cada faixa é uma coisa única, que no contexto geral, contribui para a grandiosidade da obra, mas mantendo sua perfeita singularidade. Isso tudo reflete no nosso ser, por ora alegre, ora triste, nunca linear. Assim é este disco. A nossa mais bela pintura, feita da nossa maior dedicação através das nossas melhores inspirações, tudo isso ao mesmo tempo, na mesma sala e ao vivo. Nós somos este disco em forma de música, assim nos entregamos para quem quiser provar um pouquinho do que somos.”
Mantendo a pegada DIY que eu comentei logo no começo do texto, a banda preparou uma edição em vídeo para acompanhar os 31 minutos de álbum. Vale a pena conferir, logo abaixo.

FOTO: ZERO.
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