No quesito Energia-The Kids are alright-toca o puteiro no palco, Parquet Courts é o segundo melhor show que eu vi este ano, atrás apenas de Beach Fossils. Mas esse é um assunto à parte e ainda pretendo escrever mais sobre.
O tema aqui é novo EP do Parquet Courts, intitulado Tally All The Things That You Broke, gravação sucessora do bom LP de estreia, Light Up Gold, lançado ano passado, ambos via What’s Your Rupture?.
Todas as músicas seguem o mesmo esquema de puxar pela excitação, carregadas de um caminhão de referências retrô, que neste disco parece que foram ordenadas cronologicamente, pelo menos as três primeiras. A primeira faixa, a mais diversa em influências, é também a que soa mais velhaca, pode por na conta do The Who, Velvet Underground, MC5 ou The Kinks, na verdade dá quase pra cantar “You really got me” ao invés de “You’ve got me wonderin’ now”, e ainda conta com à adição de uma flautinha safada. “Descend (The Way)” é punk rock ’77 puro, sem acréscimos do árbitro da partida José Carlos Ceneme Spíndola; e “The More It Works” vocal e baixo viscerais, repetitivos, em um transe bastante comum da post-punk.
Pra completar tem ainda, “Fall On Yr Face” com uma levada blues na guitarra e “He’s Seeing Paths”, que parece mais uma composição do Beck featuring Beastie Boys e produzida por Damon Albarn, em sua fase Loco Mía tribal.
As letras são carregadas com frases de efeito, cinismo e algumas palavras aleatórias de enfeite, aliás essa fórmula tem se repetido entre a molecada que está compondo em alto nível (mentalmente voltei a bater na tecla Beach Fossils). Não que isso seja exatamente uma novidade, mas as novas gerações estão aperfeiçoando essa habilidade, creio eu.
Olha a letra da faixa de abertura “You’ve got me wonderin’ now”:
Cavity click keeps the rhythm, keeps it movin’. Any day it’s gonna crack. Popcorn kernel, olive pit, at any moment smashed to bits (yeah). Toothache’s better than heartache baby, I’ve figured that much out. And I thought I knew a thing or two about the blues but you’ve got me wonderin’ now.
Dog-eyed kindess (naive and trusting) fans the purest flame of morning fire. But once it fizzles out into charred, formless evening, how do you ignite without turning to ash (yeah). Seasick’s better than heartsick, baby. I know that much by now. And I thought I knew nausea from sea to cars but you’ve got me wonderin’ now.
Forced into morning, tempted into night. Tally all the things that you broke. Bending her branches. Snapping, sapping and writhing. For me alone. Yeah, I guess sunburn’s better than heartburn (barely). Guess I never figured that out. And I thought I knew a thing or two about the blues but you’ve got me wonderin’ now.
Mas o que vale no final, o que martela na audição do álbum, é o pensamento: ” isso deve soar bem legal ao vivo”. Recomendo vê-los enquanto ainda são jovens e a característica principal não foi perdida.
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