O mundo geek está em alta e isso é fato. Games, filmes, HQs, animações, brinquedos, fantasias, colecionáveis e muitas outras coisas são produzidas aos montes. Todo mundo adora o Capitão América com seu patriotismo e etc, mas quando se trata de abraçar a própria cultura, pouco se vê.
O Brasil tem muito potencial a ser explorado na cultura geek. Temos desenhistas, programadores, designers de games e escritores excelentes, que entregamos de bandeja à diversos outros países que valorizam a arte. Algumas pessoas já buscam quebrar o preconceito que rola aqui no Brasil com a nossa própria cultura e fazem um trabalho digno de ser comentado, como é o caso da equipe do Lampião Verde. Mas antes de falar sobre o game, eu queria deixar claro que existe preconceito com o que é criado aqui sim. Brasileiro é um bicho engraçado, parece que precisa de valorização internacional pra gostar do que é produzido aqui (Roger Cruz, Ivan Reis, Mike Deodato Jr. e outros tantos que hoje desenham pra Marvel e pra DC Comics que o digam). Ou pior: Não abraça sua cultura e fica pagando pau pra coisas produzidas lá fora. Não tem nada de ruim nisso se você tiver consciência de que não precisa ir atrás de HQ da Vertigo pra achar uma boa história. Mas enfim, vamos “aos finalmentes”.
Uma galera da Paraíba está desenvolvendo o game Lampião Verde e a Maldição da Botija, que permeia o jogo de computador “A Maldição da Botija”, e a HQ “A Pavoa Devoradora de Mundos”, além da influência dos meus queridinhos da DC Comics: A Tropa dos Lanternas Verdes. A equipe que está desenvolvendo o game deu uma palhinha de como vai ser a história: “No jogo, você é o Lampião, que ainda menino, encontrou um anel misterioso, o qual deixou guardado em uma botija. Seguiu sua vida no cangaço, e mais tarde, no final da vida e arrependido pela forma como viveu, resgata o anel, e ao colocá-lo, este lhe confere estranhos poderes mágicos e uma maldição. Lampião é transportado para dentro da botija, que lhe dá acesso ao Sertão Profundo. Lá ele encontrará as criaturas que habitam o sertão imaginário, como O Homem da Meia-Noite, Caboclos de Lança, Carrancas, Bois Bumbás; além de encontrar outros personagens que irão ajudar a conduzir a narrativa como Maria Bonita e o Cego Cantador. Enquanto segue essa jornada em busca da redenção de sua alma, ele enfrentará as visagens de todos que ele matou.”
Lampião foi (e ainda é) uma figura muito contraditória, sendo visto como herói por uns e vilão por outros. O game, além de mostrar a história do cangaceiro, nos coloca mais perto de nossa própria cultura, mostrando que não é preciso fuçar entre animes japoneses pra achar um bom personagem. A cultura do Brasil é muito rica e pode ser explorada de forma viral se abraçada pelo público consumidor.
Eu sou fascinada por uma boa história e adorei o conceito do jogo do Lampião. Pra quem quiser conferir, a “intro sequence” do game já está disponível:
O jogo está em desenvolvimento e você pode ajudar na campanha aqui, além de conhecer um pouco mais sobre a história e ver umas artes lindas, como essa:
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