Ele perdeu a batalha, Scott Weiland foi encontrado morto na última noite (21h hora local), em seu ônibus de turnê.
Estes dias estava pra escrever um artigo sobre Scott Weiland, através do depoimento e vídeo de um amigo que viu o show no último dia 25 de novembro, no Gramercy Theater em NYC. Eu já havia comentado com este amigo anteriormente para que conferisse o show – o que ele já faria de qualquer forma, como fã-, mas a minha intenção era para checar se procedia a informação de que o outrora potente e carismático vocalista andava fazendo papelão, cantando como bêbado irlandês, mal se aguentando em pé, nos shows americanos. Não deu outra, aconteceu também neste show que meu amigo viu. Weiland que tinha um histórico abusivo de uso de drogas, colocava recentemente a coisa em outro patamar, ao deixar que isso afetasse visivelmente sua performance.
(Scott Weiland @ Gramercy Theater, 25.11.2015. Crédito: Rodrigo Ferreira)
Scott Weiland não foi exatamente um herói, mas uma das figuras mais importantes pra construção do rock em um adolescente nascido entre o fim dos anos 70 e o começo dos anos 80, o trabalho que ele fez com o Stone Temple Pilots continua sendo o ponto mais alto de sua obra, principalmente os três primeiros álbuns de estúdio, Core (92), Purple (94) e Tiny Music… Songs From The Vatican Gift Shop (96). A banda de San Diego há alguns milhares de km distante de Seattle, após o lançamento de seu primeiro disco foi associada ao grunge, ou pior, por alguns detratores sendo chamada como uma cópia de Pearl Jam e Alice in Chains, principalmente pelo primeiro grande hit “Plush”, que confundiu a cabeça de muita gente por lembrar o estilo de Eddie Vedder. Os outros discos distanciaram a banda deste rótulo e foram amassando os críticos que colocavam STP como um cover de músicas próprias, pois viriam a mostrar linhas mais clássicas do rock, colocando influências de hard, psicodélico e glam. Weiland, um admirador assumido de David Bowie, foi também um camaleão tanto visual quanto musical. Posteriormente, os álbuns que vieram no fim de década e no próximo século nunca mais foram half the album it used to be, tendo Scott ainda alcançado sucesso com o Velvet Revolver, a super banda montada com membros remanescentes do Guns, como Slash e Duff nos anos 00s.
Mas certamente foi em sua carreira solo, que o vocalista deixou com mais força sua marca confessional e indulgente. Como na canção “Son” do álbum 12 Bar Blues, a ternura ao violão é misturada com momentos de medo e delírio sonoro, enquanto o vocalista canta coisas sobre o sentimento de culpa que tem ao ficar doidão na frente do filho (no caso o filho de seu parceiro musical Victor Indrizzo), dizendo para ele ir dormir.
Agora foi sua vez, Scott.
“now go to sleep you little child of mine
I wish I had the beauty you hold inside
Now go to sleep you little boy of mine
You make the world a better place to find”
Descanse em paz.
27.10.1967 – 3.12.2015
UPDATE:
O relato completo do show de 25 de novembro em NYC, por Rodrigo Ferreira.
“Where’s the cup?
It was filled, now broken up
Where’s your man?
He’s lost and gone again”
Alguns dos melhores momentos:
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