Desde a sua primeira edição em 2012, o Lollapalooza Brasil mantém tradição em trazer boa parcela de artistas brasileiros para compor a sua escalação. Em 2017 serão 16 atrações nacionais que correspondem a 35% do total de atrações. Relação percentual dentro da média histórica do festival, que sempre oscilou entre 30 e 35% do lineup composto por opções nacionais, com exceção à primeira edição, quando atingiu 47%.
A distribuição destas bandas sempre manteve a mesma dinâmica, com um ou dois brasileiros de maior relevância – como Planet Hemp e Pitty nos dois últimos anos, e Criolo neste ano – ocupando posições estratégicas no meio/fim de tarde, ou seja, disputando espaço nobre com grandes nomes gringos.
O restante das atrações ocupam as três primeiras horas de festival, para não competir com os nomes estrangeiros e privilegiar o visitante que chega cedo. Tal lógica é uma demanda do próprio público do festival. Existem outras oportunidades para acompanhar os nomes nacionais em shows solo ou festivais de menor porte. Já os internacionais não são sempre que estão aqui. Ainda mais os artistas que o Lollapalooza costuma trazer: grandes demais (ou pequenos demais) para viabilizar turnês sul-americanas com frequência.
O Lolla também mostra preocupação em dialogar com diversos segmentos que atuam e consomem o evento. Colocando artistas do Rap, MPB, Rock, Indie, Eletrônico e, neste ano especificamente, fortalecendo a cena EDM e do Brazilian Bass, música eletrônica no estilo “low BPM”, com nuances de música brasileira, que tem se popularizado mundo afora. Artistas como Vintage Culture, Illusionize e Chemical Surf são alguns dos responsáveis por essa onda electro brasilis que veremos esse ano.
O número de brasileiros estreantes nessa edição também é grande, o que mostra uma renovação do Lollapalooza e atenção com novos nomes.
Para entender melhor quem são os brasileiros que se apresentam na edição deste ano, preparamos um mini-guia contando um pouco a biografia de cada ato, palco e horário de apresentação. No final do texto, montamos uma playlist com 2 músicas de cada atração, para você curtir e se aprofundar em cada um deles.
Doctor Pheabes – Rock
Onde: PALCO SKOL
Data/hora: Sábado, 25.03 / 12h15 – 13h15
Oriundos da saudosa década de 80, a banda paulista inspirada em gigantes do rock internacional como Van Halen, The Animals, Led Zeppelin, Peter Frampton e Whitesnake se apresenta pela segunda vez no Lollapalooza. Além de shows no Rock in Rio e Monsters of Rock, a banda já abriu shows para os Rolling Stones, Black Sabbath e Guns and Roses. O quarteto hard rock voltou aos estúdios em 2016 para a gravação do álbum “Seventy Dogs” que contou com a produção de Renato Patriarca que trabalhou com os Titãs em “Sacos Plásticos” vencendo o grammy latino em 2009 como “Best Brazilian Rock Album”.
Suricato – Indie Folk
Onde: Palco Skol
Data/hora: Sábado, 25.03 / 14h15 – 15h15
A banda carioca que tomou o cenário nacional após participar da primeira edição do reality “Superstar”. Teve início da sua trajetória musical em 2009 e já conta com dois álbuns, tendo emplacado 3 músicas em 3 novelas da Rede Globo. Foram participantes do Rock in Rio 2015, tocando ao lado do americano Raul Midón. A banda passou por reformulações na sua formação recentemente, perdendo o vocalista Rodrigo Suricato que substitui Frejat na volta do Barão Vermelho. Sob nova formação a banda promete um novo álbum de estúdio para 2017.
Onde: Palco Onix
Data/hora: Sábado, 25.03 / 13h10 – 14h10
Promissora desde seu surgimento, a banda carioca The Outs tem em sua estante de conquistas, um raríssimo elogio pessoal do polêmico Noel Gallagher. Ainda sem um disco completo, os jovens que começaram a trajetória da Outs fazendo cover de Oasis que rendeu a eles um prêmio internacional. Tiveram também passagem por um reality musical promovido pela major Sony Music, onde os cariocas foram finalistas do programa. Em 2015 foram vencedores de concurso musical promovido pelo Club NME Brasil. Phantogram, Temples e MacDemarco foram alguns dos shows em que o quarteto teve o privilégio de abrir o palco.
Onde: Palco Axe
Data/hora: Sábado, 25.03 / 12h45 – 13h30
Despontando cada vez mais na música nacional Jaloo costuma sempre ter boa presença de palco, com proximidade do público e um carisma ímpar, o paraense conhecido por seus remixes e mashups, mistura indie pop com tecnobrega e alguns elementos regionais, sendo uma das nossas apostas favoritas dentro da música pop nacional. Com um álbum de estúdio e 5 EP’s lançados desde 2012, ele já se apresentou em alguns festivais nacionais como Meca Festival, Coquetel Molotov, Se Rasgum e também no aclamado festival espanhol Primavera Sound. Falamos mais sobre como é o show do Jaloo aqui.
BaianaSystem – Dub/ Reggae/ Rock / Sound System baiano
Onde: Palco Axe
Data/hora: Sábado, 25.03 / 14h15 – 15h15
Como eles mesmos se identificam, o grupo BaianaSystem nasceu em 2009 na capital baiana e é um movimento independente que busca reposicionar a sonoridade da música urbana produzida na Bahia. A fonte do grupo em trazer temas regionais com a batida do “sound system” faz com que eles recebam merecidamente largos elogios pela crítica especializada. O grupo popularizou também o uso da “guitarra baiana” instrumento criado na Bahia em meados da década de 40 e muito utilizado em trios elétricos. Lançou um dos melhores discos nacionais de 2016.
Onde: Palco Axe
Data/hora: Sábado, 25.03 / 18h45 – 19h45
Forte nas declarações, nas letras e na presença que impõe por onde passa, Criolo é o maior nome surgido do rap, ou da música urbana de periferia, na última década, e por isso traz naturalidade ao abordar temas sociais. Outro ponto de destaque é o hip hop híbrido com música popular brasileira que permitiu ao músico alcançar maiores audiência. Ao longo de seus discos, Criolo só abarcou novas sonoridades, ganhando riqueza e profundidade em sua obra. Fez turnê internacional em 7 países. Lançou três discos de inéditas: Ainda Há Tempo, Nó Na Orelha e Convoque Seu Buda. Gravou um disco em homenagem a Tim Maia com Ivete Sangalo e teve composições suas em discos de Ney Matogrosso, Tom Zé e Gal Costa. É a segunda vez que o cantor irá se apresentar no festival.
Onde: Palco Perry
Data/hora: Sábado, 25.03 / 12h45 – 13h30
Natural de Campo Grande – MT, Gabriel Ricci, tem apenas 20 anos e é considerado uma das grandes promessas da música eletrônica. Recentemente ele lançou a faixa “Wild Kidz”!, pelas gravadorasSony Music e Spinnin Records World Wide, que ocupou a 13ª posição do chart Global Viral e nona do Brasil Viral no Spotify.
Onde: Palco Perry
Data/hora: Sábado, 25.03 / 13h45 – 14h45
Formado na zona norte de São Paulo, o grupo tem nome consolidado já entre os jovens admiradores do rap. Citando como referências A Tribe, Slum Village, Jaylib, Talib Kweli, Mos Def, Common, Beastie Boys e The Pharcyde não só com a música, mas também com o estilo bem definido de beats pesados e versos fortes por jovens que lotam as casa noturnas para prestigiar o Haikaiss. Em 2012 o quarteto abriu o show do rapper americano Wiz Khalifa em São Paulo e em 2013 se apresentaram no Motiva Festival ao lado de Racionais Mc’s e Criolo.
Onde: Palco Perry
Data/hora: Sábado, 25.03 / 15h – 16h
Nome importante do techno no Brasil, Victor Ruiz começou sua vida musical tocando baixo quando ainda beirava os 10 anos de idade. Agora, anos mais tarde é DJ e produtor musical tendo já alcançado a marca de estar no Top 100 Chart da Beatport, importante portal de divulgação e apoio de DJ’s do mundo todo.
Um dos nomes mais conhecidos e mais cultuados do eletrônico no Brasil, Lukas Ruiz, mais conhecido como Vintage Culture moldou sua ascenção quando fez versões de músicas do New Ordere Pink Floyd. Já pintou no Global Viral do Spotify e apareceu em #118 na lista de TOP DJs da revista britânica DJ MAG e em #2 na lista de melhores DJs brasileiros da House Mag. Agenciado pela Spinnin Records, gigante label que tem Avicii e Armin van Buuren no casting de artistas, ele também já dividiu o CDJ com Skrillex e recebeu convite pessoal de Dimitri Vegas & Like Mike para tocar no Tomorrowland Brasil.
Onde: Palco Skol
Data/hora: Domingo, 26.03 / 13h15 – 14h15
Uma das estreantes desse Lollapalooza é a banda Bratislava. Com 7 anos de carreira e 2 discos lançados sendo o segundo (2015) de maior repercussão e sucesso, a banda que já acompanhou outras edições do festival da plateia, agora subirá ao palco e terá a oportunidade de disseminar seu trabalho para o grande público. A sonoridade da Bratislava traz um experimentalismo que no último disco flertou e deixou mais evidente um clima psicodélico. Segundo o vocalista Lucas em entrevista concedida ao portal IG, esse é o melhor momento da banda e quem estiver lá verá a criação de uma série de cenários sonoros especiais para o show.
Daniel Groove é um músico e intérprete cearense que começou sua carreira no final dos anos 90 ainda com a banda “Groove” da qual herdou o nome artístico que utiliza hoje em dia. O primeiro disco solo do cantor veio em 2013 e o segundo já em 2015. Daniel traz referenciais do brega, da MPB e do rock, forjando um estilo homogêneo e consistente de suas músicas. Daniel moldou sua carreira em São Paulo onde vive há 10 anos e construiu sua reputação com algumas premiações e indicações sendo muito bem reconhecido pela crítica.
Não seria exagero se colocássemos o Chemical Surf no patamar de maior duo de música eletrônica do Brasil. Formada pelos irmãos Lucas & Hugo Sanches, o duo já está acostumado com grandes públicos, depois de assinarem em 2014 com uma extensa lista de grandes gravadoras como Kittball, Toolroom do Mark Knight, Bunny Tiger do Sharam Jey, Cuff de Amine Edge & Dance e Armada Music do Armin Van Buureen. O reconhecimento internacional foi praticamente instantâneo. Com algumas passagens no TOP100 de tech-house da Beatport, os irmãos acumulam passagens em vários festivais nacionais de música eletrônica além de países como Alemanha, Inglaterra, Holanda, Espanha, França, Croácia. Lucas e Hugo já se apresentaram no EDC, Rock in Rio e essa será a segunda passagem deles pelo Lollapalooza depois de terem conquistado no ano passado o prêmio na categoria “DJ Revelação” pelo V Prêmio Rio Music Conference.
Onde: Palco Perry
Data/hora: Domingo, 26.03 / 14h30 – 15h15
Pedro H. Mendes a.k.a. Illusionize segue o que parece ser um pré-perfil estabelecido pelo Lollapalooza na escolha de nomes para a parte eletrônica do festival: jovem promessa que rapidamente ganhou notoriedade internacional. Pedro já emplacou 3 faixas de sua autoria no Top 100 do Beatport no gênero “Indie Dance / Nu Disco”: “Bass, “Keep Down”e “Wooble-dy” e tem contrato com 2 de algumas gravadoras que assinam com o Chemical Surf, a Defected e Bunny Tiger.
PLAYLIST BR no Lollapalooza 2017:
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