Toda vez que eu assisto a um filme argentino eu sempre reflito: os brasileiros est�o muito longe de fazer ou saber o que � fazer um cinema de alta qualidade. Mas claro que n�o generalizo todos os brasileiros, j� assisti filmes nacionais de qualidades extremas, tanto em roteiro, produ��o, atua��es. Um conto chin�s � mais um filme com o sensacional Ricardo Dar�n, ali�s, os melhores filmes da d�cada aqui na Am�rica do Sul tem a presen�a de Dar�n. Um filme com um humor fino, sem pieguice. Conta a hist�ria (baseada em fatos reais) de um chin�s que estava prestes a pedir a namorada em casamento no meio de um lago e de repente cai uma vaca do c�u (sim, esta � a hist�ria real). � partir dai o filme j� come�a a se passar na Argentina, onde Roberto, vivido por Ricardo Dar�n, � um vendedor de uma loja de Ferros, mora sozinho; mau humorado; dorme todos os dias exatamente �s 23h, quando apaga a luz do abajur; n�o gosta de dividir seu espa�o com ningu�m; colecionador de not�cias tr�gicas e bizarras de jornais do mundo todo; gosta de Mari (Muriel Santa Ana), atriz que n�o conhecia, que al�m de linda, tem um sorriso encantador. Um dia de descanso de Roberto ele est� ao lado do aeroporto vendo os avi�es decolarem e pousarem quando um chin�s � enxotado de um t�xi. Chin�s tenta explicar o que aconteceu, mas Roberto n�o entende uma palavra.� E assim, com pena do china, ele vai ajuda-lo, s� n�o sabe que a embaixada chinesa n�o poder� hosped�-lo, deste modo, tendo que acolh�-lo na pr�pria casa. Roberto d� 7 dias para o hospede tomar seu rumo. Descobre que ele veio para a Argentina atr�s de um tio que � seu �nico parente vivo. A partir deste ponto, n�o querendo se entregar totalmente a uma amizade que foi sendo constru�da atrav�s dos dias, o filme transforma-se do simples para o filos�fico, mostrando o quanto a solid�o � destruidora, o quanto a amizade e ajuda ao pr�ximo torna o ser humano mais acess�vel, o choque de culturas, o respeito uma pela outra. Lembrando, tudo isso sem pieguice.