Noite muito fria em São Paulo e volta de feriado prolongado, foi assim que chegando no Espaço das Américas fui surpreendido pelos cambistas anunciando “Ingresso pro Oasis! Ingresso pro Oasis!”! Algumas gargalhadas depois e lá estava eu no meio da galera para ver o ex-Oasis Noel Gallagher fazendo a sua estréia, pelo menos na carreira solo, no Brasil.
O local não estava completamente lotado, o que era bom pra ver o show tranquilo e sem empurra-empurra. Durante a espera deu pra ver que o público estava bem empolgado pro show, qualquer holdie que aparecesse para afinar a guitarra, testar o som ou colar o setlist no chão já era recebido com aplausos. Com pontualidade britânica o Noel Gallagher’s High Flying Birds sobe ao palco e já começa com “(It’s Good) To Be Free” – pensando agora essa canção é um bom simbolismo para o atual momento do Noel, que realmente parece mais livre e confortável com o papel de frontman da sua própria banda. Na terceira música quando todo mundo pula ao som de “Everybody’s on the Run”, deu pra perceber que todos estavam lá pelo Noel Gallagher e sua nova fase, e não pelo Oasis como anunciava o cambista na entrada. Vem na sequência músicas do aclamado álbum de 2011 com “If I Had A Gun” e “The Death Of You And Me” sendo cantadas em uníssono pela platéia, intercaladas com os B-Sides “The Good Rebel” e “Freaky Teeth”.
Noel então presenteia a público com uma bela versão acústica de “Supersonic”, apresenta sua competente banda formada pelo guitarrista Tim Smith, pelo baixista Russell Pritchard, pelo tecladista Mikey Rowe e pelo baterista Jeremy Stacey logo após “AKA… What a Life!” e emenda uma versão mais elétrica de “Talk Tonight”. Falando em presentes, ele deu outro ao tocar pela primeira vez ao vivo a balada “Let the Lord Shine a Light on Me”.
Pra encerrar veio “Whatever” e os hits “Little By Little” – galera ao delírio aqui – e “Don’t Look Back In Anger” – galera (me falta adjetivos) alguma coisa muito maior que delírio – e a banda toda agradece aos aplausos, fecha com 1 hora e 30 minutos cravados de show e todo mundo vai embora feliz. Eu ficaria mais feliz com “Stop The Clocks” e mais umas três música no setlist, mas aí já é pedir demais.
Ah, já que falei em pedir… fatos engraçados do show aconteceram durante a interação do Noel com a pláteia, quando ele saia dos tradicionais “Thank You”. Primeiro tinha um cara com um cartaz em inglês, “Noel, eu estou grávido de você” o que gerou risadas do Noel, comentários e ele até falou disso no blog da turnê, citando também outras faixas engraçadas como uma que dizia: “FIRE TIM SMITH AND HIRE ME”! (Não era eu segurando essa, ok?). Outro lance engraçado foi a galera pedindo “Masterplan” e eu logo imaginei “ele vai vir com alguma resposta atravessada” quando ele sai com essa: “Fucking No”, “Querem ouvir a ‘Masterplan’. Pega o disco ‘Stop the Clocks’, ela está lá. Podem ouvir”. Bem estilo Noel Gallagher né? Mas o clima entre ele e a público estava ótimo! Foi um grande show, todo mundo na mesma sintonia, gente com a camisa do Manchester City para agradar o Noel (ele agradeceu isso), balões verdes e amarelos que alguns levaram… enfim… como ele mesmo disse no blog: “The show was fucking mega. What a spectacle”
Setlist:
“(It’s Good) To Be Free”
“Mucky Fingers”
“Everybody’s on the Run”
“Dream On”
“If I Had a Gun”
“The Good Rebel”
“The Death of You and Me”
“Freaky Teeth”
“Supersonic”
“(I Wanna Live in a Dream in My) Record Machine”
“AKA… What a Life!”
“Talk Tonight”
“Soldier Boys and Jesus Freaks”
“AKA… Broken Arrow”
“Half The World Away”
“(Stranded On) The Wrong Beach”
“Let the Lord Shine a Light on Me”
“Whatever”
“Little By Little”
“Don’t Look Back In Anger”
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