No último domingo (12/02/2017), a multi-instrumentista Mahmundi se apresentou em Fortaleza no histórico e impressionante Cine São Luiz. O São Luiz é um dos grandes representantes da Belle Époque no Ceará, e um dos mais bonitos teatros que já visitei. Com lustres importados, piso de mármore e uma plateia com capacidade para mais de mil pessoas, o monumento intimida e deixa uma expectativa mágica no ar.
O show da artista estava marcado para às 18h e começou pontualmente, com o público, que não passava de cem pessoas, espalhado pelas inúmeras cadeiras do teatro. Mahmundi entrou no palco já mudando completamente essa atmosfera solene e séria para um encontro de amigos, trazendo todos para perto de si e tocando diversas músicas no fosso da orquestra. A apresentação começou com um aquecimento de instrumentos e uma conversa boa por parte da artista, o que deixou os presentes encantados. De prosa fácil, Mahmundi criou um espaço confortável para contar suas histórias. Trazendo em seu repertório músicas de seu debut autointitulado, a artista emocionou e ao mesmo tempo colocou as pessoas para dançarem, dizendo que gostaria de fazer uma apresentação “tão quente quanto o mar que peguei mais cedo”. E fez.
Mahmundi é uma daquelas artistas que funciona perfeitamente ao vivo, com uma voz charmosa e envolvente, que se casa perfeitamente com o jogo de luzes e com os instrumentos de apoio, criando uma vibe quase fantástica. Talvez a artista se enquadre mais na alcunha de contadora de histórias do que cantora, já que quando se apresenta, você consegue ver com muita clareza os elementos expostos, quase como numa pintura. Entre os sucessos “Hit”, “Azul” e “Meu Amor”, Mahmundi quebrava a atmosfera de magia com um papo tranquilo, soltando piadas e comentando sobre Fortaleza, cidade que se apresentou pela segunda vez (a primeira foi no intimista Mambembe, em 2014). Outro ponto alto do show foi “Sentimento”, música escrita pela artista para O Rappa (aqui, Mahmundi brinca: “quem sabe um dia eu recebo esse cachê pra voltar mais rápido pra Fortaleza, hein”).
A artista encerrou a apresentação com “Calor do Amor”, que contou com a participação de Jaloo, que havia se apresentado na cidade no dia anterior. O artista assistiu a performance da amiga da plateia mesmo, conversando com algumas pessoas e tietando. A dupla possui uma química incrível, canta e se diverte como dois velhos colegas se encontrando casualmente, e o bonito foi fazer parte daquilo durante a música. Nada melhor do que uma performance incrível para começar a semana de alma lavada e espírito renovado.
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