por Flavio Testa, exceto em: Concrete and Gold, Sonic Highways, Echoes, Silence, Patience & Grace e In Your Honor por Bruno Bujes.
Após 23 anos de banda e 9 discos de estúdio, o Foo Fighters está de volta ao Brasil nesta semana, com shows em algumas capitais do Sul e Sudeste. Como forma de aquecer esta expectativa, analisamos a discografia de Dave Grohl e cia., do pior ao melhor. Mas, antes um breve histórico pra contextualizar.
Pré-Foo Fighters: um breve histórico
Falar de Foo Fighters é falar de Dave Grohl, o jovem que havia se consagrado como baterista do Nirvana, mas que 10 anos antes, já fazia por merecer como baterista do Mission Impossible/Dain Bramage, conquistando respeito dentro de uma cena relevante da história do rock. O punk e hardCore oitentista, que explodiu nas mãos de Ian MacKaye, através de Minor Threat/Fugazzi, além de outros expoentes como Bad Brains e Black Flag.
Entenda que antes de um pré-Foo Fighters, existiu um Grohl adolescente pré-Nirvana. Nada aqui foi por acaso, nestes mais de 30 anos de carreira. Falar de mais de 30 anos de carreira de um cara que ainda não chegou aos 50 anos de vida, dá um pouco da dimensão temporal da importância de Dave Grohl, que transitou por cenas do rock, mantendo importância artística e crescendo em público e como líder.
O mundo ainda sentia a perda de Kurt Cobain, quando Grohl aos olhos do julgamento de alguns ressurgia com um novo projeto, onde ele era o dono, onde ele gravou o primeiro disco do início ao fim sozinho. E assim nascia o Foo Fighters.
DO PIOR AO MELHOR
9. Concrete and Gold (2017)
Se nessa altura do campeonato nós não precisamos mais apresentar o Foo Fighters ou até mesmo analisar tão profundamente pra pegar as nuances da sonoridade da banda, aqui você pode se surpreender. Não que Dave Grohl tenha largado os gritos ou os riffs plugados no máximo, mas é que em Concrete and Gold dá pra se ver um mix de várias outras referencias. Não é a toa que entre as participações especiais temos Justin Timberlake e Paul McCartney e o produtor Greg Kurstin (Lilly Allen, SIA, Adele). Dave Grohl disse que imaginava o resultado final como o Sgt. Peppers feito pelo Motorhead, e pelo jeito conseguiu.
8. Sonic Highways (2014)
Já consolidados como uma grande banda de rock em escala internacional, o Sonic Highways veio ao mundo junto com uma série de tv (!!!), o que diz que precisaria pouco, talvez só um grande avião envelopado com o logo da banda, para o Foo Fighters colocar os dois pés no hall das bandas de rock full farofa. Apesar da grande produção e da interessante série que registrou o processo de gravação do álbum que passou por 8 países diferentes, o disco em questão está longe de ser um dos bons trabalhos do Foo Fighters. Nos 42 minutos de álbum o maior suspiro de entusiamos parece ser na faixa “Something from Nothing”. Nem com Butch Vig salvou essa.
7. One By One (2002)
Aqui o Foo Fighters encontrou o auge da pasteurizaçãs pop. Ainda que tenha produzido um caminhão de hits conhecidos pela audiência como “All My Life”, “Low”, “Have it All” e “Times Like These”, o resto do álbum não segurava o apelo pop das 4 iniciais e o álbum apenas se tornava enfadonho. Faltou um pouco de personalidade que Grohl sempre imprimiu com sucesso desde o início da banda. Alguns problemas internos, com bebida e drogas, já começavam a sair da zona do engraçado para a zona de produtividade, o que acabou por anestesiar parte do trabalho da banda que já tinha conquistado o mundo e colecionado Grammys. Apesar da nossa crítica, One By One foi um sucesso de crítica em veículos mais comerciais como Billboard e Entertainment Weekly e novamente a banda levou melhor álbum de rock no Grammy, aqui. Ou seja, a indústria adorou, porque o público adorou.
5. Echoes, Silence, Patience & Grace (2007)
Não precisamos ir muito longe na comparação pra perceber que a harmonia de Echoes, Silence, Patience & Grace é superior à que foi apresentada no disco antecessor. Se em In Your Honor as coisas estavam bem divididas, aqui a banda resolveu misturar os riffs, a voz rasgada de Dave Grohl e toda a herança do grunge (e o sucesso do disco de estréia do Foo Fighters) com a sobreposição do violão e a combinação com melodias mais calmas. A presença do teclado de Rami Jaffee, que entrou na banda ainda em 2005, é mais sentida e o Foo Fighters nesse ano levou o 3º grammy de da carreira na categoria “melhor disco de rock” emplacando “The Pretender” e “Long Road to Ruin” no topo das paradas de sucesso de diversos países.
4. Foo Fighters (1995)
Pouco tempo depois de Kurt Cobain ter se suicidado, Dave Grohl resolveu lidar com isso trabalhando e entrando em estúdio. Ele tinha 40 músicas que foram escritas desde os tempos de Nirvana e que nunca se sentiu a vontade para mostrar para o líder de sua ex-banda, devido à intensidade de Cobain e sua marca extremamente pessoal, ainda que o Nirvana só tenha acontecido da forma que aconteceu porque reuniu aqueles três caras. Estas músicas se tornaram um disco de 12 faixas, onde Dave Grohl gravou todos os instrumentos do começo ao fim, exceto pela guitarra de Greg Dulli, em “X-Static”. Aqui o mundo começava a conhecer sobre as habilidades melódicas de Dave, o vídeo de “Big Me”, que tirava um sarrinho de Mentos já mostrava essa dicotomia com o som do Nirvana. Era uma música relaxada, leve e com vídeo e atmosfera engraçada, longe do ambiente mais carregado que circulava o Nirvana. Em um mundo pré-internet muita gente se perguntava “quem é esse cara aí, parece o baterista do Nirvana”, tamanha era a diferença de atmosfera. O álbum ainda trouxe outros pontos altos, como “I’ll Stick Around” e “Exhausted”.
3. There Is Nothing Left to Lose (1999)
O terceiro disco do Foo Fighters provocou uma certa dúvida em parte da crítica. Conseguiria a banda manter toda a ferocidade do álbum anterior e o bom início em 1995 e mantendo o status quo de banda GRANDE? Veja bem que o mundo estava mudando, dinâmicas mais agressivas do grunge e até mesmo o punk melódico começavam a perder força (o que alguns anos depois seria o rock como um todo). As dúvidas foram resolvidas logo no lançamento do primeiro single “Learn to Fly”, uma música que suavizava e tornava o Foo Fighters um pouco mais palatável para audiências mais pop. Tudo isso apegado às boas sacadas que a banda tinha nos clipes. Esperar pra assistir o lançamento de um vídeo do Foo Fighters era um acontecimento. Aqui eles não falharam mais uma vez. E sempre a banda acabava em primeiro nos programas tipo DISK MTV, onde o público votava no vídeo que queria ver. “Generator” e “Breakout” foram outros dois grandes singles do álbum. Aqui o Foo Fighters consolidaria a sua formação clássica que vinga até hoje, no tripé: Dave Grohl, Nate Mendel e Taylor Hawkins.
2. Wasting Light (2011)
O Foo Fighters tomou o mundo como um godzilla, ao apresentar em preto e branco o seu disco na íntegra. A banda entrou ao vivo nos EUA, e em transmissão para o mundo, via youtube. Pela primeira vez Wasting Light foi executado ao mundo e no formato ao vivo. Só uma banda com muita segurança pra fazer. O disco usou processos analógicos em sua gravação, pois Grohl sabia que tinha grandes composições na mão. Marca a volta de Pat Smear como membro criativo da banda. Foi um petardo atrás do outro. O Foo Fighters repetia a sua fórmula, mas conseguiu ir além em algumas dinâmicas e uma riqueza melódica ainda mais interessante, casos de “Alandria”, “Rope”, “These Days”. Vale dizer que o disco inteiro é um encontro raro e feliz do compositor encontrando-se com a sua melhor música. Foi considerado o segundo melhor álbum de 2011 por este site, perdendo apenas para Father, Son & Holy Ghost, do GIRLS.
1. The Colour and the Shape (1997)
O segundo álbum de estúdio encontra Dave Grohl em sua melhor forma, mas ainda lutando para se consolidar como líder de banda. Neste disco o trânsito de membros foi grande. Começou com o baterista do Sunny Day Real Estate, que tinha vindo no pacote com o baixista Nate Mendel (que continua até hoje no Foo Fighters), mais o guitarrista Pat Smear que já tinha uma boa relação com Dave por ser membro de turnê do Nirvana. No meio da gravação do disco, Grohl concluiu que a bateria de Goldsmith (o baterista do Sunny Day) não estava boa e regravou todas os instrumentos. Lógico que o cara ficou ofendido e pediu pra sair, né? É aí que entra Taylor Hawkins, logo no início da turnê. Após o lançamento do álbum, foi a vez de Smear também pedir pra sair, mas em termos amigáveis, já que alegava stress extremo pelo ritmo intenso da banda. Franz Stahl, amigo de Dave de outros tempos assumiu o lugar… por pouco tempo também.
Foi aqui que alguns dos hinos mais intensos do Foo Fighters foram compostos. Vale citar “Monkey Wrench”, “My Hero”, “Everlong” e “Walking After You”. O disco masterizava a fórmula que se tornou a marca do Foo Fighters, dinâmicas intensas entre melodia, gritaria e dedo no c*. Sempre explodindo em refrão, com bridges melodiosos e espaço pra música assumir nova avalanche de intensidade.
Abaixo temos uma playlist com as músicas apresentadas nessa turnê em parceria com o Queens of The Stone Age
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