Com dois discos na bagagem – o primeiro e auto-intitulado álbum de 2010 e Recto Verso, lançado em maio de 2013 – a cantora francesa ZAZ desembarca nesta semana, pela primeira vez no Brasil, para shows em Belo Horizonte (19), Rio de Janeiro (20) e duas datas em São Paulo (22 e 23).
A francesa de 33 anos conquistou boa parte da Europa com a faixa “Je Veux”, considerada um hit do verão europeu em 2010 e foi a artista francesa mais tocada no exterior, tendo vencido o European Border Breakers Awards, que premia justamente os novos artistas europeus que conseguem destaque fora de seus países. Apenas para efeito de comparação o representante da França que levou o prêmio este ano, é o ótimo Woodkid, referente ao disco lançado em 2013.
Com mais de 2 milhões de álbuns vendidos no mundo, Zaz continua por um caminho bem-sucedido, atualmente na turnê do álbum Recto Verso, que se aproxima da marca de álbum de diamante na França (500.000 álbuns vendidos), o disco também pode ser considerado um sucesso no exterior, com mais de 300 mil álbuns vendidos em 57 países. O último single oficial é a canção “Gamine”.
Apesar da carreira datar de 2010, Zaz tem um background artístico muito anterior a isto e que reflete em sua música, tendo trabalhado com música hispânica, cantado em grupos de blues e jazz, somado à orientação de DNA da Chanson Française, o aspecto de explorar fortemente as letras e a poesia em francês. A cantora emprega todos esses elementos em sua carreira, além de cordas que puxam algumas linhas do rock, timbres e grooves do soul, enfim… essa ampla gama de gêneros combinados, torna a música da artista acessível e cai para o lado do pop inteligente, onde a experimentação da música sem fronteiras, em todos os sentimentos que ela provoca, importa mais do que a criação de fatos, super-sexualização e aparência. Com voz rouca e delicada, a cantora já foi comparada à Edith Piaf (tem que né), mas de tônica contrária, Zaz carrega uma personalidade musical marcada pelo entusiasmo e otimismo.
Conversamos, por email, com Isabelle Geoffroy, também conhecida como Zaz, poucos dias antes dela embarcar para a América do Sul, onde já fez shows no Chile (14), Argentina (15), Uruguai (17) e agora segue para o Brasil. Tentamos descobrir as expectativas para a inédita turnê sul-americana, motivações musicais, música brasileira e qualquer algo a mais. Vamos lá.
Como estão os preparativos para a turnê sul-americana? Ouvimos dizer que você coloca uma energia além do comum em seu show.
No palco, é muito mais vivo, mais vida, mais um espírito rock’n’roll, realmente mais energia e mais poderoso. Estou realmente animada para encontrar o público brasileiro. Será maravilhoso.
Você é bem conhecida na Europa, mas quase uma artista indie aqui no Brasil, no sentido de que as pessoas ainda estão entrando em contato com a sua música. Como você se sente sobre isso?
Você não pode imaginar como isso é incrível, encontrar um novo público, que não me conhece ainda. Tendo uma relação nova e fresca com o meu show e desempenho.
Quando eu encontro um novo público, eu realmente sinto como se voltasse ao meu início, minhas primeiras sensações, atendendo a um público que não vêm ao meu show porque eu sou famosa, mas só pela minha música. É uma ótima sensação!
Você tem viajado para vários países e continentes nestes últimos anos, como essa bagagem reflete em você como artista?
Um monte de coisas. Coisas que eu descobri em outros países, pessoas que eu conheci durante estas viagens, entendendo algumas sutilezas culturais, conhecer culturas que são novas para mim.
Nós pensamos que a sua música se conecta com todos os tipos de idade, há frescura pop com uma maturidade elegante e mistura de estilos. Você concorda com isso? É algo que você pensa sobre quando escreve uma nova canção?
Eu penso sobre o ser humano, e não sobre a idade . Tento falar com o ser humano, a linguagem do coração é universal, eu estou tentando tocar pessoas de todas as idades, de 7 anos a 77. 🙂
Você acredita que a experiência do sucesso do primeiro álbum lhe deu mais confiança para escrever as músicas ou deu-lhe pressão para fazer mais um sucesso tão grande quanto “Je veux” ?
Não. Escrever não é fácil, é sempre necessário experimentar coisas novas. Por exemplo, eu escrevi “La Lessive” quando estava subindo o Mont Blanc.
Mesmo se eu estiver mais confiante , eu preciso sempre trabalhar duro em minha escrita, eu sinto que ainda tenho muito a aprender sobre a escrita e a música. É ótimo ser conhecida, tendo o apoio do meu público, bem como a auto-confiança… mas isso não significa que eu não precise trabalhar duro e sempre à procura de mais inspirações.
Você foi chamada como a atual sensação da “chanson nouvelle”, o que você acha desse rótulo?
Claro que me agrada muito, eu estou muito honrada por este apelido.
Algum outro artista deste tipo de música que te inspira? Como você vê o cenário da música francesa atual?
Diferentes estilos, muito bons escritores, grandes músicos. Mas, para ser honesta eu não estou ouvindo muita coisa da música francesa, mesmo se às vezes me sinto apaixonada por algum texto maravilhoso. O que eu realmente amo é a música mundial.
Isso nos leva a crer que você conhece alguma coisa na música brasileira. Alguém que você gosta? Um álbum que te inspira? Alguém que você gostaria de gravar?
Tania Maria, ritmos, groove, tudo de samba. Música brasileira é tão rica em melodias, a música brasileira tem vida dentro da verdade.
Gilberto Gil, Tulipa Ruiz, Lucas Santtana.
Algo mais que você gostaria de adicionar ao seu público brasileiro que vai vê-la em São Paulo, Rio e Belo Horizonte?
Estou realmente animada para encontrá-los. Sinto que tenho um grande privilégio de conhecê-los, de compartilhar o amor e a música com eles, compartilhar sensações e sentimentos. Tenho certeza de que seremos capazes de nos entender, mesmo não falando o mesmo idioma. Vamos compartilhar muito.
Após esse giro por aqui, o que vem por aí?
Turnê francesa e turnê de festivais até setembro. E depois eu espero voltar em breve para a América do Sul, por que não em outubro? Deve ser tão bom voltar aqui, tocando novamente.
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SERVIÇO – ZAZ NO BRASIL
BELO HORIZONTE
Data: 19 de março de 2014, às 21h
Local: Grande Teatro Sesc Palladium
Endereço: Rua Rio de Janeiro, 1046
Tel.: (31) 3720-8100
Horário: 21h00
Ingressos Esgotados.
RIO DE JANEIRO
Data: 20 de março de 2014, às 22h
Local: Circo Voador
Endereço: R. dos Arcos – Centro.
Tel.: (21) 2533-5873
Ingressos: Entre R$ 77 e R$ 154.
Ingresso.com
Censura: 18 anos.
SÃO PAULO
Data: 22 e 23 de março de 2014
Dia 22, sábado, às 21h30
Dia 23, domingo, às 19h00
Festa Internacional da Francofonia
Local: SESC Pompeia / Choperia
Endereço: Rua Clelia, 93 – Pompeia – São Paulo
Tel.: (11) 3871-7700
Ingressos Esgotados
Censura: 18 anos.
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