Sonic Youth – Bad Moon Rising
Narrando o lado obscuro da América, Bad Moon Rising é uma obra densa e ao mesmo tempo interessante, apesar de não ser para qualquer ouvinte. Você pode brincar de gostar do Sonic Youth que toca no Guitar Hero ou nas playlists “indie” por aí, mas não é qualquer um que consegue acompanhar os oito minutos de transcendência dos riffs experimentais e arranjos noise em “I Love Her All The Time”, por exemplo. A arte do Sonic Youth está no fato de não ser facilmente compreendida, requer tempo e mente aberta, mas rapaz, vale à pena. As faixas do disco são peças de um quebra cabeça ao mesmo tempo que cada uma delas é um quebra cabeça por si só – a experimentação da banda, que vai muito além de gêneros musicais, torna Bad Moon Rising assustador e envolvente. Como já dito, não é pra qualquer um.
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Meat Puppets – Up On The Sun
Após transitarem pelo punk rock e as influências country em seus dois primeiros discos (Meat Puppets e Meat Puppets II) foi com Up On The Sun que o Meat Puppets encontrou seu som. Repleto de misticidade e uma vibe bem high, faixas como “Animal Kingdom” e “Creator” falam de animais na cabeça e o quanto a religião é esquisita. Já em “Maiden’s Milk” os vocais são substituídos por assobios. A leveza e união da banda tornam Up On The Sun um álbum delicioso, divertido e cheio de energia.
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Kate Bush – Hounds Of Love
Hounds of Love é o álbum mais importante da carreira de Kate Bush. Feito inteiramente ao gosto da artista, com suas letras e preferências, o disco foi um sucesso completo. Reintroduzindo Bush à terra do Tio Sam e alcançando o topo das paradas européias, Hounds of Love emplacou quatro singles: “Cloudbusting”, “Hounds of Love”, “The Big Sky” e “Running Up That Hill”, seu maior sucesso desde o lançamento da canção “Wuthering Heights” (1978). O álbum foi cuidadosamente desenvolvido e dosado para o pop, sem deixar o lado artístico de fora. A voz de Kate Bush e sua habilidade de produção do próprio disco tornam a obra intimista e ao mesmo tempo um chamariz com ótimas canções.
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The Fall – This Nation’s Saving Grace
O The Fall torna o punk acessível sem perder a atitude em This Nation’s Saving Grace. Mesmo sendo controverso, já que muitos fãs não ficaram satisfeitos com o pé que a banda fincou no pop nessa obra, o álbum não deixa de ser audacioso, com faixas como “Bombast”. A fúria se mistura com o sentimentalismo do pop trançando uma tapeçaria vasta de vertentes musicais até então ainda não exploradas pela banda: “Couldn’t Get Ahead” representa a chama punk que ainda estava presente, já em “To Nkroachment: Yarbles” temos a melancolia, recheada com as características da banda. O The Fall possui uma discografia extensa, mas This Nation’s Saving Grace merece uma atenção especial, já que exprime o conflito de toda uma geração da forma que só a música consegue fazer.
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Dead Can Dance – Spleen and Ideal
As origens pós-punk e góticas das quais surgiram o Dead Can Dance foram distanciadas no segundo trabalho da banda: Spleen And Ideal. A atmosfera do álbum é medievalista e folclórica, que transcende tempo e espaço e te transporta para grandes igrejas na Idade das Trevas ou para feudos. O misticismo está presente em cada parte do álbum, da arte da capa ao título das músicas, passando pelos vocais grandiosos que se misturam com um instrumental impecável e poderoso. “Mesmerism” possui apenas uma estrofe que é incorporada pela vocalista Lisa Gerrard com tanta paixão que o resultado é arrepiante. Uma obra histórica que o faz viajar sem sair do lugar.
https://youtu.be/uYaHFnHB4S0
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Hüsker Dü – New Day Rising
Misturando elementos do punk e da música hardcore, apesar de não estagnar particularmente nesses gêneros, o Hüsker Dü alcança seu primor com New Day Rising. A dobradinha bateria energética + guitarra distorcida, abençoada com letras tanto obscuras (“Terms Of Psychic Warfare”) quanto divertidas (“Songs About UFOs”) torna o álbum indispensável. A atitude punk é banhada por acessibilidade e inteligência, sem perder sua essência e em certo ponto, esquisitice (“How to Skin a Cat” e “Folk Lore” são as maiores provas). New Day Rising é um álbum energético que traz o melhor dos dois mundos: a agressividade do punk e a sensibilidade nas letras. Um verdadeiro presente pro rock alternativo e pra música, no geral.
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Minutemen – 3-Way Tie (For Last)
Lançado após a morte de D. Boon, vocalista e guitarrista da banda (que também ilustrou a capa do álbum), 3-Way Tie (For Last) é o último disco do Minutemen. Contendo diversos covers de bandas (entre elas The Urinals, Meat Puppets, Blue Öyster Cult, Creedence Clearwater Revival), o álbum continua explorando o lado politizado do Minutemen (“The Big Stick”, “The Price Of Paradise”). Apesar da falta de funk, os riffs de baixo são envolventes e fazem muito bem o trabalho de servirem de influência posterior. Denso, porém excelente, 3-Way Tie (For Last) se engrandeceu ao longo do tempo, dando ao Minutemen um final forte.
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