20. Bixiga 70 – Bixiga 70 lll
Porque esta é a melhor banda instrumental deste país. Porque ainda não aprenderam como escrever um disco ruim.
19. Supercordas – Terceira Terra
Supercordas faz bonito mais uma vez no terceiro álbum de estúdio, Terceira Terra. Bonifrate e cia. lançam esta gema da nova psicodelia nacional. Sem pontos baixos, o disco é uma viagem de identificação sonora imediata, a letra carrega aquela carga de subjetivismo que o gênero demanda. Vivemos um momento rico neste rock mais lisérgico, que só encontrou paralelo no fim dos anos 60 e começo dos 70. Supercordas com seus ruídos espaciais dentro de melodias marcantes vem pra ser lembrado em um momento e gênero prolífico em 2015. O disco inteiro é forte e segura a onda, mas “Sobre O Amor E Pedras” é um hit, feito para qualquer ouvido deste país. E tenho dito.
18. Lê Almeida – Paraleloplasmos
Disco lindão de Lê Almeida, principalmente para os fãs de Pixies, Breeders, Galaxie 500, Yo La Tengo e toda aquela geração de bandas do fim dos 80s e começo dos 90. Apesar da influência direta e notória, o som não é feito só de boas canções, mas apresenta também essa contemporaneidade dos revivalistas pós-10s, de atos como Yuck. A melodia é cheia de suco, o vocal te derrete de preguiça ensolarada, envolta na guitarra saturada e dissonante, por vezes limpa, pra criar contraste e ordenação instrumental. Pop noise na medida.
17. Ná Ozzetti e José Miguel Wisnik – Ná e Zé
Dois artistas já consagrados, de grandes trabalhos, Ná Ozzetti que sempre gravou músicas do Wisnik se unem neste belíssimo trabalho, delicado, metódico, inebriante. Dos melhores trabalhos da música brasileira, não só de 2015, mas dos últimos anos. Uma obra-prima. ‘Tudo vezes dois’ pareia com ‘As estrelas sabem’ do Arnaldo. Disco obrigatório deste ano.
16. Guizado – O Voo do Dragão
Cinco anos após o último álbum de estúdio, O Voo do Dragão é o terceiro registro de inéditas de Guilherme Mendonça. Com temas eletrônicos e referências da música erudita, free jazz, punk rock e influências orientais, inspirado na obra de Miles Davis, Guizado cria uma jóia, mostrando seu domínio com o trompete e desconstruindo o jazz. O destaque fica por conta do JolyMoods, um sintetizador desenvolvido especialmente para o disco.
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15. Gal Costa – Estratosférica
Gal é uma artista que dispensa comentários, mesmo quando grava coisas banais e cafonas. Estratosférica entra justamente pelo oposto, ousar na carreira para um artista de 70 anos pode sofrer uma derradeira ignorada. Mas o ponto principal é arriscar e pegar uma leva de “novos” ouvintes, de uma garotada que conhece o trabalho antigo e quer continuar escutando. O disco continua a ousadia do anterior, Recanto. Gal ainda reina em discos como este.
14. Siba – De Baile Solto
Com guitarras marcadas cheias de influências da música congolesa e da ciranda, e composições carregadas de críticas político-sociais como o consumismo, o meio ambiente, desigualdade social, nostalgia e a tradição popular compõem o segundo álbum solo de Siba. “De Baile Solto” traz também o repente, a irreverência do sotaque nordestino e fala posição desmerecida do Maracatu no cenário musical nacional, o tornando o álbum mais maduro do cantor.
13. Tulipa Ruiz – Dancê
Tulipa é uma artista que vem crescendo desde o seu primeiro disco. Dancê ousou mais que nos outros discos, porém não é tão grandioso quanto seus antecessores. Tulipa tem uma força exuberante ao vivo, tem presença e voz para entonar qualquer coisa no palco. O destaque deste disco fica com a participação de Metá Metá e do genial João Donato. Tulipa é o pouco que se salva nesta selva de artistas brasileiros que surge e tenta se manter, todos os anos.
12. Boogarins – Manual ou Guia Livre de Dissoluções dos Sonhos
Manual ou Guia Livre de Dissolução dos Sonhos é o segundo álbum do Boogarins, a banda porte-estandarte do rock psicodélico brasileiro. Elogiada pelo The New York Times, e com uma abertura internacional que nenhuma outra banda possuí, os goianos ultrapassam com sobras o desafio da segunda obra, o álbum é consistente, evolui nesta nova cena que atingi todos os cantos do planeta, ao passo que revive a psicodelia sessentista. Dosando tanto o tropicalismo, como a grande viagem do ácido em São Francisco.
11. Karina Buhr – Selvática
Tudo parte da capa deste disco. Mostrar os seios não é nenhuma apelação, como li em vários lugares. Karina é avant-garde total neste país tão retardatário, ultimamente. Karina Buhr é poesia que falta nos limiares desconectados deste mundo. Karina incide na música, e no verso. Selvática é seu terceiro disco. Karina é punk. Musicou seu poema homônimo, “Dragão” (Mordida/ e a pele fica ferida/ prossiga no rastro, no pasto e siga a vida/ no fim a tristeza é amiga da onça/ que ensina a enfrentar leões), nada é mais peito aberto para o que está por vir neste disco, após esta primeira canção. Tudo isto cantado numa leveza de reggae que não diz nada, musicalmente, o que está por vir. Karina é punk. (Mulher / tua apatia te mata/ não queira de graça/ o que nem você dá pra você mulher) “Eu sou um monstro”, é uma autoafirmação feminina, uma forma de conversão do que a mulher se acha em dias controversos, suas não amenidades e suas nuances. Mulher você não é um monstro. E as guitarras dão a resposta. Karina é rock. Karina não conta a gota das lágrimas, dá a saída “à berra”. “Pic nic” é a mulher sendo agressiva contra todo o machismo, dele, nosso, de todos. Elas também preferem coisas, “chama o psicólogo”. Karina é punk. Ela quer que a cidade ouça seu grito à “Cerca de prédio“. Cidade ouça! Karina é poeta. “Quando você botou o dedo no meu coração/ abriu um rio”, toda selvageria escorre, se esvai em direção a algo maior, talvez solidão, talvez mar. “Desperdiço-Te-Me” é para ser escutado solitariamente e com memórias. “Selvática”, fecha todo o novo disco, com um chamado para fazer parte desta vanguarda. Avante, galera! Karina é punk, rock, selvática. Karina te peita.
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