Ao contrário do melancólico e denso single divulgado ontem, o novo álbum de David Bowie é totalmente um álbum de rock, pelo menos é o que afirma Tony Visconti, o produtor de 13 discos do Bowie, incluindo este atual The Next Day. Como Bowie continua recluso, sem conceder entrevistas e sem fazer shows, outras fontes são ouvidas quando o mundo quer saber mais sobre o acontecimento que é um novo álbum desta lenda da música, Tony Visconti respondeu algumas destas perguntas para a BBC, veja alguns highlights:
– “Where Are We Now?” a balada do disco e a comparação com as outras faixas:
“Eu penso que é uma faixa bem reflexiva para David. Ele está certamente olhando para o seu tempo em Berlim e evocando este sentimento… É bem melancólica, eu acho. É a única faixa no disco que é tão introspectiva. O resto é totalmente um álbum de rock, então acho que é por isso que David está iniciando por esta mais parada, embora bonita, balada, por que ele está fazendo isso? Ele deveria começar com uma explosiva. Mas ele é o senhor de sua própria vida. Eu penso que este foi um movimento esperto, conectar o passado com o futuro, eu penso que a próxima (música) que vocês vão ouvir dele será completamente diferente. ”
– Sobre o processo de gravação:
“Nós nunca gastamos mais do que duas ou três semanas gravando, fazíamos uma pausa por 2 meses. Normalmente trabalhávamos em uma ou duas músicas durante uma tarde, e ajustávamos até soar como grandes músicas de rock. Nesta parte ainda não existia nenhum vocal definitivo, não existia letras. Essa é a forma que eu trabalho com ele desde The Man Who Sold The World, ele não mudou a forma de trabalhar.”
– Sobre a saúde de Bowie
“David está extremamente saudável, com boa aparência, ele sorri bastante. Durante a gravação ele estava tão feliz de voltar ao estúdio. Dos velhos tempos eu me lembro que ele era o vocalista mais barulhento com quem já trabalhei. Quando ele começa a cantar, eu tinha que me afastar e ir para outra sala e apenas deixar ele na frente do microfone, ele ainda tem esta força no peito e na voz. Nós todos sabemos que ele teve problema de saúde em 2003, 2004, mas ele é um cara bem saudável, e posso garantir para você, eu tenho dito isso pelos últimos anos. Eu não poderia te explicar porquê eu sei disso, mas eu trabalhei com um David Bowie bastante saudável e feliz no estúdio.”
Se animou? Eu também. O último fato que gostaria de acrescentar, é um breve comentário sobre a capa, na foto acima. Em uma aposta ousada, o novo disco usa a capa do álbum Heroes de 1977 – do tempo que Bowie morava em Berlim – como base, com um quadrado branco e o nome do novo disco no maior estilo ‘zueira no paint’, praticamente um ato de vandalismo com o antigo álbum para a criação de um trabalho novo. Para entender melhor o conceito de capa, veja o que o designer Jonathan Barnbrook escreveu:
“O ato de esconder uma imagem do passado é… (sobre a) condição humana; nós seguimos em frente implacavelmente com nossas vidas para o próximo dia, deixando o passado para trás porque nós não temos outra opção, mas continuar”.
“É sobre o espírito de grandes músicas pop ou rock que é ‘o momento’, esquecendo ou enterrando o passado… Nós queremos que as pessoas pensem sobre o tempo que o álbum original foi produzido e (sobre) agora.”
Jonathan trabalhou ao lado de Bowie até chegar neste resultado final, o conceito explicado em todos os detalhes, você pode conferir neste link. Ainda não sei o que pensar, mas a idéia de romper com o lugar-comum e apresentar uma nova idéia – mesmo que seja grosseira – é muito mais agradável que o mais belo do mesmo. Ainda mais vindo de Bowie, acertando ou errando sempre procurou romper paradigmas.
The Next Day, o trigésimo e novíssimo trabalho de David Bowie será lançado no começo de março! O primeiro single é “Where are you now?”, publicamos ontem. E hoje novamente:
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1 Comment
Srio… To bem ansiosa por esse lbum!