Como bom fã da banda de Seattle, fui à estréia e, infelizmente, única exibição do documentário Pearl Jam Twenty, que faz parte da comemoração dos 20 anos de carreira da banda.
Sessão lotada e sem uma única cadeira vazia no cinema! As luzes se apagam e não teve trailer nem aqueles videos comerciais, já aparece o trecho de uma entrevista com Eddie Vedder usando um sutiã! Já tinha valido o ingresso.
Na sequência o diretor Cameron Crowe fala sobre como conheceu e como era a cena de Seattle no final dos anos 80, como as bandas eram ativas, todo mundo se conhecia e se ajudava. E então é contada a história da Mother Love Bone, formada da amizade entre Stone Gossard e Jeff Ament e do carisma do vocalista Andy Woods, a banda seria o carro chefe da cena se não fosse pela morte prematura de Andy por overdose. Essa perda teve muito impacto nos integrantes do que viria a ser o Pearl Jam e SoundGarden. O Chris Cornell, que participa com vários depoimentos durante o filme, descreve como sendo a “perda da inocência” de toda aquela geração. Interessante perceber que foi isso que permitiu a entrada do Mike McCready na nova banda do Stone e que uma demo fosse parar na mão de um cara em San Diego, que depois de surfar, escreveu algumas letras, gravou, e mandou a demo de volta para Seattle. Nascia assim o Pearl Jam.
Não quero ficar contando a história da banda aqui, nem entregando o enredo do documentário. O que vale é contar é que a pesquisa de imagens e canções do acervo da banda, amigos, tvs e shows, enriquece muito o filme. O enredo e a montagem valorizam as imagens e sons, sempre intercalando com depoimentos dos membros da banda, muitos deles divertidos e todos, emocionados!
Tudo é abordado e nada é deixado de fora! A competição inicial com o Nirvana (que depois foi superada), o mega sucesso inesperado, os primeiros shows, a dificuldade para controlar a fama e o rompimento com a imprensa, a briga com a Ticketmaster, a troca de bateristas, abordada em um bloco estilo cinema mudo e muito divertido, as crises pelas quais a banda passou, a morte de nove pessoas durante o show em Roskilde, o engajamento político, as influências de Neil Young e The Who, a preparação da setlist para cada show e depoimentos dos fãs. Sem contar várias passagens de bastidores, shows e versões inéditas de várias músicas, viagens, ensaios no camarim, entrevista com cada membro, Eddie e Stone compondo um dos maiores sucessos dentro do ônibus (Não vou falar qual é, mas essa parte valia ter pago mais um ingresso).
É mais que um documentário para fãs da banda. É um presente para quem gosta de Rock, para quem acompanhou (ou não) o Grunge e poderá ver como tudo começou, para quem gosta de curiosidades sobre bandas e história, e para quem ama a boa música! E claro é também um belo registro de uma história tão rica como a do Pearl Jam, uma banda que coloca a música e os fãs em primeiro lugar.
A boa notícia é que se você perdeu e quer ver o filme, ele será lançado em DVD dia 25 de Outubro. A soundtrack, que vale muito a pena e possui 29 faixas, já foi lançada, e junto com ela um livro de 384 páginas que conta a história da banda. Você pode conferir tudo isso e mais informações no site oficial: http://www.pj20.com/
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