Por Vanessa Oliveira
O frio espantou os cariocas do segundo dia do WCT Music Festival, festa oficial do campeonato mundial de surf e organizada pela Geo Eventos, responsável pelo último Lollapalooza. O evento aconteceu neste sábado (19/05/12), no Vivo Rio, no Rio de Janeiro e contou com cerca de 200 pessoas, em um salão com capacidade para 5.000 pessoas! Tendo a apresentação da banda carioca Tipo Uísque, o projeto Lance Herbstrong, com toques eletrônicos de Classic Rock, o DJ Zegon e a atração da noite: o grupo norte-americano Band Of Horses, pela primeira vez na Cidade Maravilhosa. Abaixo, vai um breve relato de como foi o WCT Music Festival, e se você for ansioso para saber sobre o Band of Horses, vá direto para o sexto parágrafo (fica a dica).
Às 22h30, Tipo Uísque abriu o evento, ignorando todos os estigmas que se têm notícia sobre como deve ser, tocar ou vestir uma banda indie carioca. Uma mistura de estilos e influências musicais – do rock, passando pelo groove à música eletrônica – formada por Pin Böner no vocal, Joana Cid no baixo, Line Lessa no teclado, Larissa Conforto na bateria, Gabriel Salazar e Gabriel Ventura nas guitarras.
A dançante “How Could You Pretend I Wouldn’t Notice” foi a primeira da noite, música de trabalho de seu mais novo EP Home (que aliás pode ser baixado no site do grupo por apenas um mísero tweet). Seguidas de “Factitous” e “Half”, para uma plateia pequena, naquele espaço vazio do Vivo Rio, formada, principalmente, de família, amigos e admiradores.
“Fight it”, do EP Afague, de 2011, veio na sequência com pressão nos gritos da vocalista Pin, em uma performance meio intimista, meio “tô fazendo charme “e meio “tô nem aí”. Embora ela não tenha resistido a dar um leve sorriso ao ver um das amigas dando pulos na plateia ao chegar. Um rock que fez parte da trilha sonora do filme “Alegria”, de Fernando Bragança, e que fala sobre discussões sem sentido, concentração e trabalho duro com a música: “Make This an Obligation”.
Além disso, “Eyes for Eyes” e “Bend Your Knees” também fizeram parte do repertório, com um cover de respeito do Led Zeppelin em “Immigrant Song”. E à vontade no palco, Gabriel Ventura Salazar, com a camisa do Run DMC (sim, nome do grupo hip hop americano) aproveitou para dizer que estava com saudades de tocar em casa, após três dias em Nova York – onde a banda tocou com a banda We the King (depois de ter esbarrado com o enorme público do Foo Fighters, no Lollapalooza em São Paulo). “She Is Into Cotton Candy”, a balada “If You Go” (Amy Winehouse feelings) e “Cristall Balls Eyes” fecharam o show do sexteto, com Gabriel Salazar Ventura puxando um tímido “Parabéns Pra Você” para Larissa, aniversariante do dia. Despedindo-se do público após uma apresentação curta, mas de presença. Longe de ser uma banda de “mulherzinha”.
O show do folk-indie Band of Horses foi o momento mais “lotado” do sábado, no WCT Music Festival, e o mais esperado também. Embora algumas pessoas não tenham notado, após a saída do roadie, o instante em que os músicos verdadeiros pegaram seus instrumentos, sem qualquer apresentação. Logo às 23h50, apenas meia hora depois do Tipo Uísque ter saído de cena. “Good Night, we are the Band of Horses”, disse o vocalista Ben Bridwell acordando os desatentos, tocando, em seguida, a animada “Cigarettes, Wedding Bands” (que mais parece um trava língua no refrão). E que entrou no jogo Guitar Hero 5.
“Dilly” e “NW Apt.”, ambas do último trabalho da banda, Infinite Arms, foram as próximas, segurando o clima mais agitado do show, seguida de “Islands On The Coast”, do segundo disco Cease to Begin. Para então entrar na aguardada “The Great Salt Lake”, uma das canções mais executadas nas apresentações da banda. Com Ben batendo o pé antes de cantarolar o nome da música, rindo um pouco ao se atrapalhar com essa “mecânica” em uma das vezes.
A famosa “Is There a Ghost” foi a primeira música da noite que arrancou um suave coro do público e o som no talo dos instrumentos fez, por poucos segundos, o Vivo Rio pequeno. Arrancando de um dos fãs mais empolgados o grito de “Fucking God, I love you”, enquanto outro, extasiado, na beira do palco, cismava em levantar uma camisa com os dizeres “Band of Horses”, tampando a visão dos que estavam atrás dele. Ao que Ben olhava, rindo de lado, sem também dar muito ibope para o rapaz. Esperto o vocalista…
Ainda fizeram parte do show: “Laredo”, “Compliments”, “Marry Song” e “On My Way Back Home”, que Ben confessou nunca ter tocado na turnê. Lendo a “cola” da letra, em sua frente, durante toda canção, com alguns tropeços, diga-se de passagem. Mas ok, faz parte, e ninguém se importou. “Older”, pedida por alguns fãs durante a apresentação, veio com tudo na voz do tecladista Ryan Monroe, que agradeceu por estar de volta ao Brasil. E a plateia, por fim, se entregou batendo palmas no ritmo do refrão – para em seguida cair nas graças da balada romântica “No One’s Gonna Love You”. “Check it out”, disse Ben antes de mandar a introdução, já prevendo que a resposta seria para lá de positiva.
O show continuou com “The General Specifc”, “Weed Party”, “Ode to LRC” e “Detlef Schrempf”. E a triste canção “The Funeral” – o primeiro hit da carreira da banda, figurinha fácil na trilha sonora dos seriados americanos – fechou o setlist oficial daquela noite, com um coro entoando o refrão, o fã jogando a camisa no palco e a bateria de Creighton Barrett em destaque aos sons das palmas. O que poderia ser um grande final. Mas é aquela coisa… Eles disseram tchau, o público fingiu que acreditou, eles viraram as costas, e cinco minutos depois já estavam de volta ao palco com mais duas músicas de Infinite Arms: “Evening Kitchen” e “For Annabelle” e a releitura do soul “Am I Good Man”, do grupo da década de 70, Them Two.
Um show intimista, bem diferente (e também mais longo!) do que o grupo apresentou no Lollapalooza, em abril, em São Paulo, que teve uma tarde ensolarada, casa cheia e, um público mais animado. Mas extremamente especial (para não dizer VIP) para os poucos (e privilegiados) fãs que compareceram ao WCT Music Festival – apesar daquele dia cinzento do Rio de Janeiro, que mais parecia Seattle.
E aí o WCT Music Festival acabou? Bom, o projeto Lance Herbstrong, em um mix de música eletrônica com percussão, até tentou esquentar a pista para aqueles que ficaram. E um dos texanos deu saltos do palco para a plateia, batendo com firmeza a pandeirola e dando gritos de “Come on”. Pulando mais do que dançando. Mas poucos seres responderam aos estímulos do americano, dançando freneticamente como ele gostaria. Sabe como é, estava “frio”…
E o DJ Zegon… Alguém viu por aí?
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