Épico! Era isso que eu diria sobre o show The Wall do Roger Waters que aconteceu no Morumbi na noite de 1 de abril. Tão fora da dimensão, da órbita terrestre, que nada mais propício do que acontecer no dia da mentira, pois só quem estava lá sabe a verdade. E como superar a pouca expectativa de ver um show que você conhece a ordem das músicas, a história do disco, cada momento dele? Pois bem, nada neste mundo, do que já aconteceu ou procederá será maior que este show. Toda a alucinação que as músicas do Pink Floyd tem é transferida para a plateia. Muito além da música, muito além da realidade. É algo acima do inexplicável. Não tem como descrever este show sem alcançar o ápice do êxtase.
Estava tudo lá. A abertura fenomenal, apoteótica, com o momento sublime da colisão do avião com parte do muro, e o nascimento de uma obra de arte. Um telão assustadoramente fantástico, ou um muro na melhor opção. O baixo de um senhor de 68 anos marcando a primeira parte de Another brick in the wall. Os primeiros blocos do muro sendo colocados. Um dos refrões mais cantados da história da música (Hey! Teachers…) . As crianças de Heliópolis emocionando a plateia. O professor inflável que desce para assustá-las. O público estático. Olhos nús, sem piscar para tudo, sem saber para onde olhar. Jean Charles, o brasileiro homenageado durante a turnê, mas que no Brasil a emoção é maior. Mother, a primeira música da noite que todos ficaram com olhos nadando. Todos os solos de guitarra conhecidos. Ah sim, talvez o único defeito do show seja não ter o Gilmour, mas aí é pedir demais! Goodbye Blue Sky entram borboletas pretas e brancas no telão. Young lust, com mulheres fazendo streap no telão, tesão em dobro (:P)! Goodbye cruel world. Fim do primeiro ato.
O muro construído. A banda atrás. Hey you. Fiquei só olhando a lua em cima do palco, que durou a noite toda (aliás, que noite!). “Is there anybody out there?” Yes, everybody. No, Nobody home. Vera. Lagrimas foram incontroláveis neste momento. Junto com esta música veio no telão imagens daquele vídeo dos pais soldados chegando da guerra e mostrando a reação das crianças. Bring the boys back home. Comfortambly numb, além de uma obra-prima no show, o ponto máximo talvez (“Your lips move, but I can´t hear what you´re saing”). E a partir dai era só entorpecimento…
O porco flutuando no meio da platéia em Run like hell, com inscrições “O novo código florestal vai matar o Brasil”.
Nenhum show que assisti até hoje teve tamanha qualidade de imagem e som, nada.
Épico. Até que saíram algumas palavras. Mas a única que define é: épico.
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6 Comments
Sou f incondicional de Pink Floyd (inclusive a imagem que ilustra este post minha tatuagem nas costas) e assisti ao show no Engenho… tbm no tenho como descrever o que assisti ali, em frente aos meus olhos…chorei ao final de Mother e incio de Goodbye Blue Sky… No acreditava que um dia eu poderia ver algo que faz parte da minha histria de vida! Comprei o LP The Wall com 8 anos de idade, hoje tenho 28 e Pink Floyd sempre foi uma constante trilha sonora nos meus melhores e piores momentos… Para quem gosta e entende o que se passa num show como esse, a importncia no cabe em explicaes e histrias para quem no foi, conhece e te pergunta na rua: “E a, o show foi bom?”. Impossvel responder isso sem entrar em xtase de novo!
Pra encerrar, ao baixarem o porco sobre o pblico, quando vi que ele fora estourado, consegui trazer dois pedaos de recordao… quando acabou tudo, acolhi os pedaos de lona do porco em meus braos, como se fosse um beb e protegi-os de todos ao redor, ajoelhei no cho e chorei mais uma vez.
Ali, o muro derrubado me deu boas perspectivas de quo pequenos somos nesse mundo com tantos problemas e tragdias projetadas no telo. E ns, no somos nada mais que meros tijolos nesse muro.
Parabns pelo post!
Valeu cara. Um amigo meu disse que meu texto ficou timo mas ficou com muita babao de ovo, rs, eu concordei, mas no h como escrever um texto em xtase sem babar.
abrao!