Quando fui apresentada ao trabalho do Quarto Negro, em setembro desse ano, logo de cara me apaixonei pela sonoridade. A falta de intimidade com as músicas me permitiu mergulhar num universo paralelo e, de repente, senti aquele inesperado prazer de conhecer algo novo, aquela satisfação que todo mundo que gosta de música quer ter e que, para isso, garimpa a internet e as lojas de discos incessantemente.
O álbum “Desconocidos” é do tipo que faz a gente colocar o fone de ouvido, aumentar o volume (daquele jeito que estraga os tímpanos) e relaxar na cadeira, sem medo de ter uma surpresa desagradável. Sem perceber, já estava batucando com os dedos nas pernas ou na mesa, balançando a cabeça de olhos fechados e sorrindo sozinha. Legal isso, não? Difícil de acontecer…
Não vou ficar falando sobre a formação da banda e nem sobre as músicas do disco, porque isso você pode conferir aqui (https://www.505indie.com.br/news/505entrevista-quarto-negro/) e aqui (https://www.505indie.com.br/news/faixa-a-faixa-quarto-negro-desconocidos-feito-pela-banda/).
Na semana passada, quando fui convidada para cobrir o pocket-show em São Paulo, no terraço da New Vegas, no último sábado (26/11), e comecei a ouvir ainda mais o disco. A casa abriu as portas por volta das 16:30 e durante um bate-papo eles contaram um pouco sobre a formação da banda, o processo de composição, a gravação do disco em Barcelona, no estúdio El Tostaredo, e sobre como o astral do lugar influenciou a inspiração de todo mundo.
Segundo eles, cada um abandonou alguma atividade para passar 3 meses lá e se entregou completamente ao projeto. Para lá, levaram algumas influências musicais e poéticas antigas mas também absorveram muito da cultura européia, a música e a poesia catalã e francesa, principalmente.
Sobre o disco, que já está pronto, foram feitas 300 cópias em vinil e 1000 cópias em CD. O vinil foi gravado nos EUA, já que aqui o custo ficaria muito maior. “Ter apenas uma fábrica de vinil do Brasil dificulta o trabalho e encarece o produto”, diz Eduardo. Os cds foram gravados e serão distribuidos pela Daruma Records.
Eles contam também que utilizam a internet para fazer toda a divulgação do trabalho. São 15.000 plays nas músicas online, 2500 fãs no Facebook, e muitos comentários! Quando acessei o website, me surpreendi com a beleza e a simplicidade da primeira página. Logo de cara, o clip de Versânia II: impactante! Se você ainda não viu, veja agora! O clip, gravado na França, teve o roteiro escrito pelo Eduardo e “sem entender a letra, o fotógrafo Mr. Chill conseguiu captar o sentimento que queríamos transmitir apenas ouvindo a música”.
A Quarto Negro se reuniu num fim de tarde com o pôr do sol nublado (bem a cara da banda), para cerca de 40 amigos e convidados, e tocou algumas das músicas do disco. A garoa do começo da noite fez com que o show acabasse mais rápido e deixou todo mundo com gostinho de “quero mais”. E garanto, não deixaram nada a desejar para a versão de estúdio.
Os integrantes da banda dizem que a maior dificuldade que enfrentam é o preconceito que a maioria das pessoas tem em relação ao que é novo, mas acreditam no sucesso, já que têm a certeza de que o árduo trabalho e a mania perfeccionista fez com que o resultado ficasse realmente bom.
E eu assino embaixo. O disco está maravilhoso! Sem dúvida, uma das melhores surpresas que eu tive esse ano.
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