por Rodrigo Fonseca com a colaboração de Raphael Pousa
Com esse post começamos a nossa viagem de volta no tempo, no melhor estilo Dr. Who (hahaha), para vasculhar o nosso passado musical e redescobrir o que de bom já foi feito.
Nessa primeira parada, voltamos 40 anos no tempo para o ano de 1975, mas antes de entrar em música vamos a alguns fatos pitorescos daquela época.
Foi em abril de 1975 que terminou oficialmente a guerra do Vietnã. Nesse ano também foi fundada por Bill Gates, ainda na sua garagem, a hoje gigante Microsoft.
Em 1975 nasceram importantes nomes da música e do cinema como Jack White, Tom DeLonge, 50 Cent, Bradley Cooper, Angelina Jolie, Charlize Theron e Milla Jovovich.
No Brasil, ainda reinava a ditadura militar, porém foi nesse ano em que foi publicada a primeira edição da Playboy no país e também foi assinado o acordo nuclear com a Alemanha que deu origem as usinas Angra 1 e 2.
Na música foi um ano muito relevante, com álbuns clássicos sendo lançados tanto Brasil quanto no exterior. São discos que influenciaram e continuam influenciando gerações de músicos.
Nossa ideia aqui não é listar os melhores ou fazer um ranking, mas sim apresentar ao nosso leitor clássicos da música para que ele possa (re)descobrir algumas pérolas, como uma biblioteca básica. Lembro ainda que o público do site tem em sua maioria menos de 25 anos, portanto nem era nascido quando esses discos foram lançados.
Vamos listar 20 destaques internacionais e 10 destaques nacionais daquele ano.
Separamos o material em QUATRO páginas para não ficar muito grande e o carregamento lento, no final do texto você encontra o link “PRÓXIMA PÁGINA”. Boa leitura!
Internacional
Wish You Were Here – Pink Floyd
Parte de qualquer lista de melhores álbuns de todos os tempos, “Wish You Were Here“, esgotou rapidamente nas lojas da época e atingiu o topo da Billboard na sua segunda semana. O álbum foi gravado em Londres no estúdio Abbey Road, tendo sei conceito todo elaborado por Roger Waters, similar ao que foi feito em “The Dark Side Of The Moon” (1973). O Disco conta com a belíssima homenagem ao Syd Barrett, “Shine On Your Crazy Diamond“, críticas a indústria da música com “Welcome To The Machine” e “Have A Cigar“, e a balada “Wish You Were Here“. Reza a lenda que Syd Barrett apareceu de surpresa (gordo, careca e irreconhecível) no estúdio enquanto a banda ouvia a mixagem final de “Shine On”, o que levou Waters e Gilmour as lágrimas. Detalhe: Syd não teria gostado muito da música.
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Blood On The Tracks – Bob Dylan
O violão, a gaita e a voz sóbria e inconfundível de Dylan dão o tom desse que é considerado um dos melhores álbuns do músico folk. Chegou a ficar em primeiro lugar na Billboard e quarto lugar nas paradas inglesas, sendo até hoje um dos discos mais vendidos da longa discografia de Dylan. As composições mais depressivas e letras que abordam relacionamentos remetem ao momento da vida que Dylan passava durante o seu casamento com Sara, embora o músico tenha negado em entrevistas que as letras sejam autobiográficas. O filho de Dylan e Sara, Jakob, disse uma vez que ouvir “Blood On The Tracks era como ouvir meus pais”. Das 10 faixas, metade foi gravada em New York e a outra gravada em Minneapolis
O folk “Tangled Up In Blue“, o blues rock “Meet Me in the Morning” e as baladas folk “If You See Her, Say Hello” e “You’re Gonna Make Me Lonesome When You Go” são essenciais.
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Born To Run – Bruce Springsteen
O terceiro álbum da carreira foi o responsável por fazer Bruce Springsteen alcançar o mainstream, ficando em terceiro lugar na Billboard e chegando a marca de 6 milhões de cópias vendidas até o ano 2000. Sucesso de critica e público, o disco marca o amadurecimento de Springsteen nas composições e a grande dedicação dele e da E Street Band durante as sessões de gravação que levaram 14 meses, tudo com o intuito de criar a sua obra prima! Os principais hits do disco são além da faixa titulo, as canções “Thunder Road” e “JungleLand“. A capa também ficou famosa pela pose de Springsteen segurando sua Fender Telecaster encostado no saxofonista Clarence Clemons, tendo sido plagiada por outros artistas e até pela Vila Sésamo.
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A Nigth At the Opera – Queen
A obra-prima do Queen e o disco de rock que custou mais caro para ser gravado até aquela data, alcançou o topo das paradas inglesas e o 4 lugar da Billboard, rendendo ao Queen o primeiro disco de platina em solo americano na sua carreira. Tem como principais hits “You’re My Best Friend“, composição de John Deacon (Baixo) para sua esposa, “Love Of My Life“, escrita por Mercury para sua primeira namorada, e o clássico “Bohemian Rhapsody“, que Fred compôs sozinho e guiou a banda no estúdio, sendo chamada pelos outros integrantes como “the Fred’s thing”. Ficou marcada pela obsessão de Fred Mercury pela perfeição nas gravações, levando cerca de 3 semanas para ficar pronta e teve mais de 180 overdubs!
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Physical Graffiti – Led Zeppelin
O sexto álbum do Led era para contar com 8 músicas novas, só que após a gravação eles perceberam que a duração total ficou maior do que um LP suportava. Então veio a ideia de aproveitar músicas não utilizadas de Led Zeppelin III (1 faixa), Led Zeppelin IV (3 faixas) e Houses Of The Holy (3 faixas, incluindo a música de mesmo nome que não havia entrado no álbum), e transformar o disco em álbum duplo. Foi o primeiro disco lançado pela banda através do seu próprio selo, o Swan Song Records, e ficou 6 semanas no topo da Billboard. Os destaques ficam por conta de “Kashimir“, “Ten Years Gone“, “Houses Of The Holy” e “In My Time Of Dying“.
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Horses – Patti Smith
Quando soarem os primeiros acordes de “Gloria” (Cover de Van Morrison com alguns versos de Patti Smith) você vai entender de cara a importância desse disco. Trabalho de estreia de Patti Smith, referência não só por sua música e poesia, mas também por sua atitude que refletia no modo de se vestir, o álbum transborda uma franqueza e delicadeza que se unem a uma sonoridade visceral, punk e por vezes até jazz. Não à toa influenciou toda a cena punk de New York. “Birdland” com sua poesia declamada é a minha favorita, mas “Gloria“, “Break It Up” e “Land” não ficam atrás. Dica: na versão em CD tem uma faixa bônus com um cover de “My Generation” do The Who, ouça!
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Tonight’s The Night – Neil Young
O sexto disco do músico canadense foi gravado originalmente em 1973, a maior parte em um único dia no estúdio, mas só foi lançado em 1975. Meses antes da gravação o guitarrista Danny Whitten (fundador do The Crazy Horses) e o amigo e roadie Bruce Berry morreram de overdose, e essas perdas influenciaram diretamente o conteúdo das músicas, refletindo no título (Tonight’s The Night é uma expressão de tristeza pela perda de alguém próximo). O disco tem uma crueza e simplicidade de produção que reforçam o sentimento de desolação. “Tonight’s The Night”, “Tired Eyes”, “Albuquerque” e “Come On Baby Let’s Go Downtown” são os destaques do disco.
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